sábado, 3 de novembro de 2012

Campanhas de Guerra – Parte 1 – Ein Anderer – Hermann Giesler



A Ofensiva Ocidental de Maio de 1940 foi inteiramente planejada por Adolf Hitler
Tradução do Alemão e Comentários por Carolyn Yeager and Wilhelm Mann
Ein Anderer Hitler, Druffel Verlag, Leoni am Starnberger, 6ª  edição, 1982.
Copyright 2010 Carolyn Yeager

Hitler: Agora eu tenho confiança em Keitel (centro) e Jodl (direita)—não, eu não os convenci dos meus planos logo de início. Eles não aprovaram e levantaram objeções, como:  Não seria mais prudente seguir para o norte pelas fortificações da Linha Maginot?
Introdução dos Tradutores americanos:  Nesse capítulo a seguir, tirado do livro de memórias de Hermann Giesler , Ein Anderer Hitler, as explicações detalhadas do Fuehrer para o amigo arquiteto na sala de mapas do quartel-general em Winniza devem esclarecer de uma vez por todas quem foi o autor da estratégia da campanha no Ocidente, e eliminar as fantasias de muitos historiadores das últimas décadas que acreditavam que o General Franz Halder ou Erich Von Mainstein como sendo o gênio estrategista e planejador original.
Essas falácias são ainda consideradas como fato histórico até hoje. Declarações podem ser vistas no livro Kriegstagebuch de Franz Halder, assim como observações feitas por Walter Warlimont, chefe assistente de operações na OKW, em seu livro Inside Hitler’s Headquarters (Por dentro do quartel-general de Hitler).
Os relatórios e mensagens do General von Manstein para a OKH e suas descrições detalhadas dos acontecimentos no final de 1939 e começo de 1941, em seu Verlorene Siege, chegaram perto das descrições de Hitler. Como chefe de staff do Exército do Grupo A, com quartel-general em  Koblenz, von Manstein, de outubro de 1939 em diante, bombardeou com memorandos o Coronel Halder a fim de enviar correções para a organização das forces alemãs no teatro de Guerra do Ocidente, que estavam se preparando para a ofensiva.
Os vários adiamentos, causados em parte pelo mau tempo, em parte pelo acidente com os oficiais do General Felmy na fronteira holandesa, deram a Manstein a oportunidade de indicar em detalhes uma mudança radical na estratégia de ataque. Em vez do antigo plano Schlieffen, ele preferiu um ataque pelo Rio Maas em Sedan com três divisões do Exército do Grupo A, e uma rápida movimentação pelo Rio Somme em Abbeville.
Em 12 de novembro de 1939, para grande surpresa de todos, o Exército do Grupo A recebeu um teletipo com as ordens detalhadas de Hitler de acordo com as linhas da estratégia de Von Manstein. Em seu livro, Manstein descreve esse acontecimento: “…talvez Hitler tenha chegado à mesma conclusão por si próprio. Ele tinha um olho clínico para possibilidades táticas e estudava muito os mapas. Ele pode ter percebido que se poderia atravessar mais fácil o Maas em Sedan, ao passo que mais adiante seria mais difícil para os panzers do 4ª divisão. Ele poderia ter visto que a travessia do Maas perto de Sedan como sendo um local mais favorável ….” (V.S. p. 106)
Qualquer mensagem de von Manstein tinha que passar pelo comandante do Exército do Grupo A, von Rundstedt, para Halder antes de chegar a Hitler. Von Manstein suspeitava que as suas mensagens e a de Rundstedt nunca chegaram à mesa de Hitler. Em 17 de fevereiro de 1940, von Manstein—que havia sido sacado da posição de chefe de staff do Exército do Grupo A (Halder não gostava de Manstein, tinha ciúmes , e, desta forma, interferia nas intenções e planos estratégicos dele)—tinha, como agora designado como comandante do 38ª Corporação (bem no interior,uma infantaria em Stettin) que se reportar a Hitler. Foi em um encontro que, pela primeira vez, Hitler ficou sabendo de von Manstein dos seus planos inovadores, que haviam sido enviados a Halder ( mas nunca recebidos por Hitler ), que estavam bem próximos das ideias concebidas pelo próprio Hitler.
Assim, estavam sendo jogados no tabuleiro os dados da estratégia- O exército de Rundstedt e a divisão Panzer de Guderian estavam prontos.
*   *   *   *
Havia uma grande coleção de mapas, encadernada em couro: A Campanha da França e seu planejamento. Um dia,ela foi colocada na mesa de trabalho de Hitler. A assessoria das Forças Armadas havia me dito que a coleção  tinha sido preparada como uma documentação histórico-militar, e sua primeira edição fora apresentada a Hitler em Winniza.
Adolf Hitler, antes de me passar-me uma ideia da campanha que surpreenderia o mundo, explicou-me que já havia solicitado do chefe do staff (Franz Halder), antes do final da campanha na Polônia, uma apresentação das disposições estratégicas para uma campanha de Guerra no Ocidente. Ele disse, “ Primeiramente, não tenho confiança na paz; em segundo lugar, uma ofensiva no Ocidente tinha de se pensada com profundidade e preparada em todos os detalhes; e finalmente, o momento certo – o fator mais importante. Nós estávamos por muito tempo sob pressão do tempo e ainda estamos; o tempo está sendo um aliado poderoso para o inimigo, mais implacável do que o inverno passado com a neve prematura, gelo e frio cortante.”
Pensativo, ele continuou, “Desde a minha juventude, como uma premonição, nunca gostei de neve ou gelo."
"Bem antes da campanha na França, eu lhe tinha dito que o chefe de Staff me entregara em setembro de 1939 um plano Schliefen remodelado – sem , contudo , em detalhes. Como ocorreu, quero dizer, a arrogância de uma apresentação com coisas vagas, repetições dos pensamentos do honrado General Schliefen, que era, em princípios operacionais, parte do século XIX e não levava em conta as possibilidades das armas modernas, tanques e força aérea!”
Adolf Hitler estava calado, se lembrando.
Depois de algum tempo, ele disse, “Eu olhei para o chefe de Staff convencido de que mais palavras, o mesmo uma análise crítica, não levaria a nada, cairia no vazio – ele não é capaz de pensar em todas as dimensões, mas  está convencido de que ele tem uma capacidade militar única." Ele não tem ideias, novidades, imaginação, ousadia e, acima de tudo, o carisma que é característico de um líder militar.
"Mas quanto tempo ainda restava para mudar daquela estratégia de Schliefen,  aqueles planos táticos meticulosamente detalhados por uma novo pensamento de ofensiva?" No curto tempo disponível, só se poderia reforçar as unidades de tanques e as divisões motorizadas na frente em Luxemburgo, e assim, enfatizar a ofensiva na direção de Neuchateau e Sedan.
"Eu dei a ordem para atacar em meados de Novembro de 39." Então, houve aquela misteriosa traição no início da ofensiva. A descoberta foi me passada em seu escritório, em  8 de Novembro. Eu, imediatamente,  interrompi a ofensiva. Não foi fácil, perdemos tempo. Mas, por outro lado, a tentativa de assassinato contra mim não teve sucesso e a decisão de interromper o ataque acabou sendo correto devido às condições de tempo pouco favoráveis.
“O traidor, até o momento, não foi encontrado. Ele está, sob disfarce, em uma posição militar; toda a nossa programação foi descoberta! Que ódio contra mim, e o Nacional Socialismo, reside por trás dessa revolta e dessa traição covarde – e sem qualquer hesitação, soldados alemães são sacrificados.”
“Uma decisão no Ocidente em 1939 não era mais possível. Perdemos tempo, tempo valioso, mas eu usei esse tempo para lidar com a estratégia da campanha na França e para estudar com profundidade os detalhes táticos dela decorrentes.”
Fomos até os mapas e Hitler abriu a pasta. Primeiro, foi um mapa que cobria a área desde o Mediterrâneo até o Mar do Norte, marcado com as forças militares na data de Setembro de 1939. “ Eu estava lidando com minhas próprias possibilidades estratégicas, guardando-as para mim. Minha ideia era: Se eu agir como se eu estivesse atacando ‘a la Schliefen,’  e assim enganá-los completamente” – com uma mão ele delimitava uma área- “ e começar com um ataque forte, aqui, onde eles não estariam esperando por nada” – seu dedo indicador  apontava para Sedan – “qual será então a consequência? Lentamente, minhas ideia ficaram claras. Eu podia ver a sequência dos ataques-surpresa, tudo estabelecido. Mas ainda mantinha apenas para mim; eu não queria falar com ninguém sobre minhas ideias.
“Eu solicitei todo o material de apoio e verifiquei tudo por completo. Eu pesquisei as fortificações na linha Maginot até onde elas eram conhecidas por nós e marquei nos mapas do staff. Também, eu tinha outros mapas e fotos diante de mim, mas de todas as seções, não somente da área dos meus ataques planejados. Além disso, eu verifiquei o sistema rodoviário e de tráfego e vi todas as possibilidades de camuflar as posições de prontidão.”
“Gradualmente comecei a me sentir seguro e providenciei que meus assistentes da Wermacht que houvesse sigilo absoluto a fim de que eles pudessem me auxiliar. Lentamente, ganhei a convicção de que era eminentemente necessário que fosse seguido essa linha e não havia outra melhor.”
“Em Dezembro de 1939, o plano da ofensiva saiu de uma simples ideia para um estágio mais concreto. A grande estratégia acontece não somente ao nível intelectual, mas de acordo com suas próprias leis, similar com a construção e arquitetura de edifícios de uma cidade – Sou tentado a dizer: é obra de arte.
“Se essa estratégia levar a um completo sucesso, se ela for realizada, será por uma lógica interconexão de todos os detalhes técnicos, que devem ser cuidadosamente planejados. Esses detalhes táticos devem ser completamente integrados e subordinados a uma grande ideia estratégica. Eles são, ao mesmo tempo, tanta a fundação como a estrutura. Naturalmente, preparações preventivas tinham de ser pensadas a fim de fazer frente a todos os possíveis acontecimentos. Além disso, para alcançar a meta, a surpresa é necessária.”
“Agora eu tenho que lidar com os detalhes e as táticas de ataque; tomo todo meu tempo para analisar minuciosamente. Depois dos mapas, vamos para os exercícios em caixas de areia. Ainda mantenho meu círculo de acompanhantes pequeno e de acordo com minha experiência posterior, minhas preocupações estavam absolutamente corretas.”
“No começo de Janeiro de 1940, a estratégia estava firmemente solidificada em todo o planejamento tático.”
Agora eu tenho confiança em Keitel e Jodl —não, eu não os convenci dos meus planos logo de início. Eles não aprovaram e levantaram objeções, como:  Não seria mais prudente seguir para o norte pelas fortificações da Linha Maginot?
“É isso que nossos adversários estão esperando e para o que fizeram preparativos, disse a eles. Meus planos de ataque eram muito audaciosos.”
“Naturalmente, eram arriscados; não somente o ataque frontal, mas também os flancos no Sul, Oeste e mesmo do Leste estavam em perigo, em caso das divisões seguintes ao primeiro ataque não fossem capazes de assegurar a área ganha a tempo. Eles não foram fáceis de convencer.
“A barreira de Maginot? Bem, eu tinha certeza disso. As barreiras dos checos, dirigidas contra nós na época e construídas pelos engenheiros franceses, similares aos bunkers da Maginot -  não só eu prestei muita atenção nelas, como para mim, elas eram objetos úteis para tiros de teste. Os resultados foram de acordo com minhas expectativas – os bunkers foram penetrados por tiros de bombas especiais de 8.8.”
“Em meados de Fevereiro, os recém nomeados generais, entre eles, Manstein, se reportaram a mim. (General Rudolf) Schmundt comento-me sobre ele, indicando que suas ideias sobre a estratégia de guerra no Ocidente eram bem semelhantes às minhas. Depois da apresentação, dei ao Manstein a oportunidade de passar-nos suas ideias a respeito da Ofensiva Ocidental. Sim, era mesmo como Schmundt tinha me dito.”
“Manstein era o único general que havia idealizado o mesmo plano de operação; as minhas ideias então se confirmavam. Fiquei quieto, contudo – quanto menos soubessem, mais surpreendente seria o ataque. Não seria prudente deixar Manstein saber quanto estávamos avançados, além do conceito estratégico básico, nos detalhes já trabalhados.”
 Hitler fala de seu detalhado planejamento
Durante essa conversa, Adolf Hitler virado mapa por mapa cobrindo os meses da “drole de guerre” (guerra engraçada) até Maio de 1940. No mapa, você poderia notar as marcações das posições iniciais de ataque.
“Eu não quero estar envolvido agora com todos os detalhes, como a rápida tomada de cruzamentos, pontes e barreiras. Uma vez que eles estavam situados perto da fronteira, eu comprometi comandos de ataque—parcialmente até com bicicletas—para que eles pudessem chegar rápido e silenciosamente nas posições inimigas”.
“O ataque mais importante foi o de Eben Emael, uma barreira moderna e impenetrável. Poderia se tomada sem perdas grandes apenas com um ataque surpresa, coordenando o ataque pelo ar e por terra. Planadores deveriam pousar silenciosamente no alto do forte e descarregar os homens.Aviões com tropas de paraquedas e comandos com planadores, iriam comprometer-se com considerações táticas quando o tempo requeresse. Sempre que possível, campos aéreos atrás das linhas inimigas seriam capturadas desse modo.”
“Acredita-me, Giesler, todos esses ataques que eu discuti e exercitei sob um modelo, com oficiais, pessoal da força aérea, paraquedistas e infantaria--- e tivemos sucesso total.”
Adolf Hitler abriu o mapa seguinte: ele mostrava o ataque que aconteceu na manhã do dia 10 de Maio, com as marcações dos alvos do primeiro dia. A seguir, havia mapas com seções de divisões diferentes, e depois um segundo mapa marcando o sucesso pelos grupos de batalhas e unidades panzer.
Desenhado em grande escala, poderia ser visto a dura batalha por Sedan. Foi um golpe que o inimigo não esperava—depois o rompimento da defesa e o avanço dos panzers, protegidos pelos flancos por divisões de soldados. Depois,  mapas e mapas seguiram, à vezes dois por dia, relatando graficamente o sucesso de batalha do avanço panzer ao longo lado leste do Somme para Abeville.
“Minha grande preocupação era proteger os flancos; contra-ataques do Sul e Sudoeste, energicamente executados, teriam se tornado uma série ameaça. Logicamente, ao mesmo tempo, o ‘ataque Schliefen’ tinha de ser seriamente levado a cabo a fim de arrastar as principais forças do inimigo, as unidades motorizadas para o território belga. O engodo deu certo; a massa das força inimiga se moveram para essas áreas de batalhas, como imaginei eles fariam, e foram cercados. O ataque frontal de nossas divisões também tiveram sucesso total e forçaram a Holanda e Bélgica a se renderem. A operação, mais tarde chamada ‘Sichelschnitt’ (corte de foice), tornou-se um sucesso decisivo. Mas a derrota total das forças aliadas ainda não tinha sido alcançada.”
O milagre de Dunquerque -  foi realmente erro de Hitler?
Comentário dos tradutoresMuita consternação e especulações entre os historiadores militares se voltaram para a operação Dunquerque, de 26 de maio a 4 de junho de 1940. A descrição de Hitler desses dias fatídicos suporta a crença de que foram simplesmente considerações políticas que o levaram à decisão de segurar os panzers que estavam prontos para cercar e derrotar meio milhão de soldados britânicos. Sabemos da aversão de Hitler—pelo menos desta vez—de lutar contra os ingleses com força e ferocidade.
Ele pensava que esta vitória no Ocidente iria convencer a Inglaterra a entrar em negociações de paz e discussões de uma nova ordem na Europa, junto com a Alemanha. Pensamentos dele próprio como um europeu,e não somente como um líder militar alemão, estavam em sua cabeça—pensamentos muito diferentes, como sabemos, daqueles de Churchill e seus conselheiros sinistros que queriam a guerra.
A decisão de segurar as divisões panzer em Dunquerque foi discutida na OKW e concordados por von Rundstedt e seu chefe de staff—o sucessor de Manstein—General von Sodenstern. Hitler,Keitel, Jodl e Rundstedt tinham duas considerações militares em mente que levaram a esta decisão:
1)Os ataques da força panzer tinham já levado os recursos materiais e humanos ao limite—descanso e reparos eram necessários. Em 23 de Maio, o comando dos Panzers havia reportado perda de 50% de seus tanques. O terreno plano de Dunquerque requeria força total da divisão panzer. Rundstedt deu a ordem de parar e passou por cima da OKW, e sobre o avanço posterior de Brauchitsch e Halder.
2) O flanco sul do Exército do Grupo A estava parcialmente aberto. Mesmo que o movimento foice dos grupos de exércitos cortasse as forças aliadas pela metade, havia que se considerar ainda as formidáveis forças francesas, tanques e divisões motorizadas reunidas no Sul e Oeste do Somme e Aisne.
Era também sabido que Goering assegurou a Hitler que a Luftwaffe, se convocada, seria capaz de devastar as forças expedicionárias inglesas estacionadas. No desenrolar das coisas, o mau tempo estacionou os bombardeiros do Reichsmarschall por vários dias, permitindo que 338.000 soldados ingleses escapassem pelo canal. A Inglaterra se safou, mas milhares de armas e veículos foram deixados nas praias.
A divisão Panzer e a infantaria alemã atravessaram o Somme e Marne após uma curta e dura batalha e tomaram Paris. Em uma clareira de floresta em Compiegne, no mesmo carro ferroviário que a delegação alemã assinou o armistício em 1918, o general francês Huntzinger assinou o novo armistício de 22 de junho de  1940.
Adolf Hitler continua: “O oponente estava completamente batido no setor norte. Pressionado no leste e sul pelas nossas rápidas tropas, interrompido do lado oeste, somente o mar ficava sendo o único caminho aberto de fuga. A massa das forças britânicas estava concentrada ao redor de Dunquerque, na planície de Flanders, da qual eu me lembrava bem no meu tempo de guerra. Ah, eu sei, minha decisão em Dunquerque foi considerada um grande erro, pelo meu staff – alguns generais que sabem tudo – uma burrice a minha de não ter destruído completamente as já derrotadas forças britânicas.”
"Havia várias considerações por eu não ter feito assim.”
“Primeiro, por razões militares. As planícies de Flanders restringem as operações com tanques basicamente para as estradas. Seriam esperadas longas batalhas, com grandes perdas e possíveis colapsos de nossos tanques. Para futuras operações em direção ao Oeste e ao Sul, na França propriamente dita, eu não poderia sacrificar um tanque. Mas, acima de tudo, não devíamos desperdiçar nossas forças e tempo. O inimigo tinha sido desestabilizado; agora tudo deveria ser feito golpe a golpe.
“Depois de ouvir Rundstedt, meus conselheiros militares mais próximos também concordavam com essa opinião. Era absolutamente necessário continuar com o ataque no Oeste e Sul sem qualquer hesitação antes do inimigo conseguir construir uma defesa forte ao longo do Somme e Aisne.  Nosso força de acompanhamento já havia encontrado forte resistência lá. Também tinha que ser presumido que os ingleses iria enviar tropas adicionais, suportadas pela artilharia de seus encouraçados no Canal – eles não poderia deixar a França na mão, assim como fizeram com a Polônia!”
“Nós tínhamos que atacar em direção ao Oeste – Paris e o norte da França tinham de ser tomados rapidamente, para impedir que os ingleses desembarcassem novas tropas. Também, tínhamos que direcionar uma ofensiva para o Sul, com um ataque atrás das fortificações francesas. Tínhamos que força uma decisão final e assim levar a campanha francesa para um final, porque não havia outra razão do tipo político-militar. Eu não fiquei restrito a apenas um lado: por um longo tempo eu estive ouvindo e preocupado com o Leste.”
"E não poderia haver uma mínima chance de paz, mesmo que vaga, que eu pudesse obstruir com a aniquilação completa das forces britânicas em Dunquerque?”
Adolf Hitler estava pensando racionalmente como vinha fazendo nos últimos anos; ele não pensava apenas como um alemão – ele pensava como um europeu. Ele verdadeiramente acreditava em uma humanidade maior, que ele queria realizar entre sociedades unificadas e baseadas na ética. (Volksgemeinschaften).
Que ele considerava a possibilidade de uma paz maior, há uma prova que eu me lembro: Em 24 de junho de 1940, em seu quartel-general de Bruly de Peche, ele deu ordens para as tarefas de tempo de paz, emitindo um decreto no dia 25, dando autoridade a Speer e a mim para começar com a reestruturação das cidades alemãs.
Mais para a frente, eu me lembrei uma vez mais do “erro de Dunquerque.” Se eu me lembro direito, foi em agosto de 1943, após devastadores ataques aéreos em Hamburgo. Em uma sala contígua, Adolf Hitler dava ordens para um auxiliar. Várias fotografias estavam em uma mesa; peguei algumas.
Elas testemunhavam o efeito do fósforo das bombas em mulheres e crianças naquele terrível ataque aéreo em Hamburgo, com mais de 40.000 mortes de civis.
Quando Hitler retornou à sua sala de trabalho, ele viu as fotografias em minhas mãos. Com voz baixa, mas resoluta, ele disse: “Deixe estar, Giesler. Não veja mais essas fotos. Depois de um tempo, eu tive de repensar. Não era de meu caráter pisar em alguém que já está no chão. Eu estava enganado –  a magnanimidade não é reconhecida. Eles retribuíram minha comiseração em Dunquerque com bombas de fósforo em mulheres e crianças cujos maridos e pais estavam lutando pela Europa. O que você vê aí é brutalidade destrutiva” – ele apontava para as fotos – “por várias a gente tenta não acreditar nisso; agora eu sei – não haverá misericórdia!”
Estas palavras foram para mim prova de que suas decisões naquela época viam de ideias éticas de guerra, em vez de apenas razões políticas e militares.
Incomodado, voltei a refletir novamente no outono de 1942 em Winniza. Eu havia chegado lá tarde da noite e não conseguia pegar no sono. Depois que Hitler conversou comigo, a explicação para sua não confiança e atitude fria em relação aos generais era evidente. Não era geralmente assim, porque, contrário a isso, ele estimava muito os oficiais de frente e as tropas – de quem ele dizia: Eles sabem o que está em jogo.
Eu acabei entendendo por que ele tanto explicava em detalhes, com a ajuda de mapas, suas decisões estratégicas e táticas e a maneira como a campanha na França foi vitoriosa. Não foi baseado no fato que o primeiro exemplo de documentação estava agora posto na mesa; não era apenas a explicação de sua cuidadosamente planejada campanha. Não há dúvida, após avaliação, que ele queria se assegurar que seu plano estratégico, suas disposições táticas estavam corretas e tinham levado a um rápido sucesso. Suas explicações não era de modo algum arrogantes. Os feitos, a coragem e o sacrifício dos soldados e comandantes sempre estavam em primeiro lugar, sobre todos os eventos.
"Apenas com esses soldados e oficiais, eu ousaria planejar tal desempenho audacioso,” disse para mim. Ele adicionou a observação, “A estratégia para a campanha russa foi feita deliberadamente do mesmo jeito.”
Por um momento, ele ficou em silêncio e depois continuou, “Quando reconheci, após conversações com Molotov, de que não havia outras possibilidades – Eu tinha de escolher: lutar ou desistir e trair a Europa. Decidi lutar. Foi a decisão mais difícil da minha vida.”
Eu me perguntei: Por que é que Adolf Hitler me revela todos esses problemas e pensamentos?
Fora o fato que sua solidão sempre o levava a conversar, ele sabia que eu era não somente um nacional socialista e seguidor a quem ele podia confiar, mas, além disso, era próximo dele como seu arquiteto.
Ele também reconhecia que eu entendia seus objetivos – mais ainda, ele percebia que eu o via como um pensador de futuro que já estava planejando e lutando para a próxima geração. O trabalho conjunto nas concepções de construção da cidade e os detalhes de arquitetura criavam essa confiança; ele aceitava e me respeitava.
Durante essas horas de mútuo planejamento, ele se via compelido para a paz, e sua missão real de formar uma nova ordem social do povo alemão e seu ambiente. Ele encontrou a resposta para o desafio daquele tempo, o desafio da técnica, e o desafio da nova ordem social. Nessas horas, ele ficava animado; eu era para ele mais do que seu arquiteto.
Como sempre, eu participava dos almoços. Hitler ficava pensativo; nossas discussões se restringiam à minha impressão sobre o projeto do banco do Danúbio em Budapeste. Logo no primeiro dia de nosso almoço e jantar juntos, eu pedi para ser servido a mesma comida que estava sendo dada para ele. Hitler mencionou que podia pedir o cardápio da cozinha, que ele não se incomodaria com isso.
“Não, “eu respondi, “Não estou querendo imitar. Eu realmente quero conhecer a sua dieta e fica mais fácil para os ordenanças servirem.” Assim, peguei um pouco da sopa de semolina tostada e panquecas de batata com legumes. Nesse almoço, eles serviram arroz doce, e raspas de chocolate em uma  xícara. Eu coloquei um pouco dele no arroz doce. Adolf Hitler me criticou, “Isso é muito pouco – é um prazer raro,” e depois derramou quase tudo da xícara no meu arroz.
“Eu não posso comer muito disso,” ele observou. Eu podia ver isto pela porção dele de arroz doce. Era realmente surpreendente o quão pouco de alimentação ele precisava.
Depois do jantar, ele disse, “Giesler, você não está somente cansado, mas também não tem dormido o suficiente. Posso perceber. Você deve dar uma andada, naturalmente com companhia – com o Professor Brandt--  e depois vá para a sauna e dormirá bem. Estou muito ocupado com discussões militares e prazos; nada de planejamentos de construção por hoje. Eu o verei na hora do chá, no final da tarde depois da sessão de informações sobre a Guerra.”
Durante a caminhada, conversei com Karl Brandt, a quem eu admirava, sobre a solidão de Hitler e seu pesado fardo. “Se eu já estou esgotado após minhas horas de trabalho aqui, e com as conversar com ele, imagine então as enormes condições impostas a ele.”
“Não,” Brandt me interrompeu, “você tem que olhar isso de modo diferente, Giesler. É óbvio que você está cansado pelas discussões noturnas com o Chefe, mas é também óbvio que para ele , elas significam uma relaxação completa. Ele ganha distância para refletir e novas energias para tomada de decisões. Por isso é que você é muito importante aqui agora.
Keitel e Jodl explicam
Eu jantei nos alojamentos e tive a chance de poder conversar com o Marechal de Campo Keitel e com o General Jodl, naturamente sobre a campanha da França. Eu queria ouvir sua avaliação.
“Bem, quando eu penso no passado, me traz confiança,” Keitel disse. “Ele raramente fala sobre isso; ele estava provavelmente inspirado pela coleção de mapas.
O que ele te apresentou, baseado em mapas, eu só posso dizer que foi ideia dele, em todos os detalhes a ideia dele, em todos os detalhes trabalho feito por ele. Somente ele foi o comandante da campanha na França.”
Keitel continuou, “Quando ele explicou, em janeiro de 1940, seu conceito a respeito da campanha ocidental, trabalhada em todos os detalhes estratégicos, eu fiquei assombrado pela audacidade dele, e tive que reconhecer a brilhante estratégia.” Jodl acenou concordando e observou, “Nós ficamos muito perplexos quando ele colocou o plano na mesa, completo com todos os detalhes!”
“Para a solução de ataque, ele primeiro convenceu o Jodl, quando eu ainda não podia aceitá-la,” Keitel comentou. “Eu perguntei a mim mesmo: vamos conseguir enganar os aliados a tal ponto que eles iriam jogar o exército motorizado e unidades de tanques deles na região da Bélgica/Holanda, a fim de bloquear a ação do Plano Schliefen? Eles iriam considerar o avanço em Sedan somente como um ataque limitado e tático? Os flancos para o ataque panzer poderiam ser completamente assegurados? Eu nunca teria a coragem para uma operação tão audaciosa.”
“O General Schmundt disse mais tarde que Manstein tinha os mesmos pensamentos. Suas ideias não foram aceitas e foram recusadas pelo Chefe de Staff (Halder). Descobri isso em Janeiro e arranjei para que Manstein pudesse apresentar suas ideias ao Fuehrer. Isso foi possível, quando ele se reportou ao Fuehrer, após sua nomeação como General Comandante (Kommandierenden General) em meados de Fevereiro de 1940.
“Nessa ocasião, o Fuehrer já tinha planejado e se comprometido com os detalhes táticos além das operações estratégicas – até os comandos que ele precisava para Eben Emael. Com uma insistência incomparável, ele colocou adiante suas ideias estratégicas e todas as medições táticas. Quando Manstein apresentou as suas ideias para uma campanha de ofensiva, ele pode naquela ocasião confirmar o que o Fuehrer  tinha intencionado.”
O Marechal de Campo Keitel e o General Jodl foram enforcados em Nuremberg; General Schmundt foi vítima de um assassinato em 20 de Julho. Mas o Marechal de Campo confirmou o que eu ouvira dele em Winniza nas notas que ele deixara. O corajosa e inspirada estratégia da campanha do ocidente foi explicitamente e absolutamente o trabalho de Adolf Hitler; ele sozinho foi o comandante-em-chefe da Campanha na França.
Nota:
*  Embora Keitel e Jodl se declarassem inocentes, a corte de Nuremberg julgou-os culpados de todas as acusações, e foram vergonhosamente enforcados em 16 de outubro de 1946, embora eles tivesse solicitado que fosse executados por pelotão de fuzilamento, que era o único método honroso para os oficiais. As últimas palavras de Jodl foram “Minhas saudações a você, minha Alemanha!”. As de Keitel foram “Sigo agora os meus filhos-todos pela Alemanha!”.Em 1953, Jodl foi declarado postumamente inocente por uma corte alemã e o veredicto como sendo “um engano”.
Fonte: carolynyeager.net

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Giesler: A oferta final a Josef Beck da Polônia


A oferta final de Hitler à Polônia
 (Originalmente publicado em 31/10/11 por Carolyn Yeager <carolynyeager.com>)
 Giesler: “Até o último menosprezo dado pela liderança polonesa ao final de Agosto/1939, ele não podia imaginar que eles deixassem chegar a uma guerra.”
Adolf Hitler e o Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Josef Beck, se encontraram em 1937, quando as relações ainda eram boas. Por volta de agosto de 1939, Beck ignorava os pedidos de Hitler para discutir sobre as fronteiras comuns e principalmente sobre a maior preocupação de Hilter, que não podia mais esperar – Dantzig.
Nesta foto aparecem da esquerda para direita: Ribbentrop, Josef Beck, Adolf Hitler, ministro Von Neurath, Goering e embaixador Lipski.
Em 29 de agosto, os alemães fizeram uma nova proposta de negociação para a Polônia. Nesta oferta, eles diziam ao mundo que preferiam a diplomacia à guerra. Os poloneses, recusando conversar, diziam ao mundo que eles preferiam a guerra. O ministro das relações exteriores da Inglaterra, Lord Halifax (na foto abaixo com Ribbentrop e Hitler), que também apoiava os poloneses a não negociarem, também estava favorecendo a guerra. O que Halifax realmente encorajou foi dizer ao governo de Hitler que a Polônia estava desejando conversar, quando ele sabia que eles não queriam.
No dia 28, Beck informou aos britânicos que ele não negociaria sem uma explícita declaração de Hitler que a Alemanha tinha desistido de Dantzig de uma vez por todas, e que ela não voltaria a tentar ter comunicações com a Prússia Oriental através do Corredor Polonês. Isto, contudo, não foi repassado para os alemães.
Uma nota passada pelo governo de Hitler para o embaixador britânico na Alemanha, Nevile Henderson, às 7h15 da noite, em 29/Agosto, dizia que Hitler queria que o Governo Britânico informasse para a Polônia enviar um emissário para Berlim no dia seguinte, quarta, 30/Agosto. Ele enfatizava que era necessária urgência, devido à pressão dos acontecimentos, e ele desejava que os britânicos soubessem que a Alemanha aguardava a chegada do representante da Polônia no mais tardar até meia-noite de 30/Agosto. Hitler assegurava a Henderson que ele iria negociar com a Polônia em bases igualitárias. Henderson afirmou a Halifax que os termos seriam moderados. Henderson também pediu ao embaixador polonês na Alemanha, Josef Lipski, antes da meia-noite de 29/Agosto, que seu país poderia e deveria enviar um enviado especial para Berlim, no dia seguinte. Lipski informou Beck e este convocou o embaixador britânico na Polônia, Hugh Kennard.
Kennard era extremamente anti-germânico, assim como seu chefe Halifax. Portanto, Kennard não avisou Beck para cancelar a mobilização polonesa programada para aquela manhã, 30 de agosto, e foi ainda mais adiante, para aconselhá-lo a rejeitar a proposta de Hitler, mesmo que seu próprio governo tinha desonestamente assegurado para a Alemanha dois dias antes, que a Polônia estava disposta a negociar.
 Na manhã de 30 de agosto, Henderson enviou mensagem para Halifax que meia noite de 30 de agosto não era um prazo incondicional e Berlim não era um local incondicional – o governo de Hitler estava querendo acomodar os poloneses neste propósito, tão logo uma afirmação de desejo de negociar fosse feita. Mas naquela tarde, informações sobre mobilização geral polonesa havia se espalhado por toda a Polônia e Beck tinha emitido um comunicado, dizendo que a Polônia tinha apoiado todos os esforços pela paz, feitos pelos aliados e nações neutras, mas não havia conseguido nenhuma reação por parte da Alemanha. Contudo, Hitler, Goering e Ribbentrop continuavam a esperar que os poloneses ainda enviassem um emissário para Berlim – e mesmo até a manhã de 31.
Beck havia enviado instruções para Lipski logo antes do meio dia para não aceitar propostas e não entrar em negociações com o governo alemão. Isto ficou claro, quando o telegrama foi interceptado e decodificado pelo departamento de investigação especial de Goering. Afirmando que sua consciência agora estava correta de que ele tinha feito o melhor todo o tempo nesses meses, Hitler finalmente ordenou a invasão final no começo da tarde de 31 de agosto.
A recusa polonesa em discutir um acordo com a Alemanha sobre quaisquer termos, e o insulto de não receber resposta nem da Inglaterra ou da Polônia para a oferta final de Hitler, acabou sendo o grande menosprezo.

Giesler: “– alguns dias depois, ocorreu o golpe em Belgrado. Aqui novamente, embora oculto, um esforço combinado da liderança da Inglaterra e da Rússia desempenhou um grande papel nessa revolta.”

O príncipe regente Paul (contrário aos russos) da Iugoslávia com Adolf Hitler in Março de 1941, quando ele concordou em juntar-se ao Pacto Tripartite (Berlim-Roma-Tóquio). Os Balcãs agora pareciam estar seguros, depois que a Bulgária tinha também assinado, e a Hungria e Romênia também eram parceiros. Hitler estava ciente do perigo de operações militares pelo Oeste através de um ataque pelo Mediterrâneo em direção à Grécia, Albânia ou Trieste. Dois dias depois que a Iugoslávia assinou formalmente o Pacto em Viena, em 25 de março, o regime de Paul foi derrubado por um golpe militar, liderado pelo general sérvio Dusan Simovich, mas iniciado e planejado por oficiais britânicos, e certamente com o encorajamento e conhecimento (se não houve ajuda efetiva) dos sovietes.
Deslocando uma divisão Leibstandarte Adolf Hitler da  Waffen SS do fronte russo e a divisão Gebirgsjaeger  das montanhas da Áustria, Hitler atacou com força tanto a Iugoslávia como a Grécia em 6 de abril. Simovich e o recém-instalado Rei Peter (a favor dos britânicos) fugiu do país, terminando na Inglaterra, em Junho. A 10 de abril, a Croácia separou-se da Iugoslávia e aliou-se com a Alemanha. Iugoslávia capitulou em 17 de abril. As tropas de invasão britânicas fugiram para Creta, Chipre e finalmente para o Egito.
Em 2 de junho, a Grécia se rendeu depois um grande batalha na qual os batalhões montanheses austríacos desempenharam um papel decisivo. Três ou quatro divisões Gebirgsjaegers conseguiram um grande feito, primeiro por terem chegado rápido, e depois por conseguirem passar pelas Termópilas nas montanhas rochosas da Grécia, carregando equipamentos (armas, munição e comida) sobre mulas e pôneis, com alguns veículos motorizados. Além da falta de água e do grande calor, eles enfrentaram grande resistência do exército grego. O General Ferdinand Schoerner,  ao lado, um bávaro de Munique e o último comandante do exército alemão de 1945, comandou a 4ª divisão Gebirgsjaeger e ficou conhecido como o Conquistador da Acrópole.
Foi uma vitória completa para as forças do Eixo, mas atrasou a invasão da União Soviética, que pode ter sido um golpe fatal nessa guerra.

 A Missão Secreta de Stafford Cripps
Giesler: “Os diplomatas da Inglaterra já estavam tentado fortalecer o cercamento, tentando obter a ajuda da Rússia.
Sir Stafford Cripps, um ardente Marxista, foi a capa da Time em 10 de novembro de 1946.
Apesar de ter sido expulso do Partido Trabalhista no começo de 1939, por tentar organizar uma Frente Popular de Liberais, Trabalhistas e Comunistas para derrubar o governo de Chamberlain, ele ofereceu seus serviços para esse governo no romper da guerra. Ele foi ignorado, mas outra coisa que os Britânicos souberam, é de que ele estava viajando pelo mundo, com reuniões com Molotov, Nehru e Roosevelt. Alguns especularam que ele estava em missão secreta para o Governo de Chamberlain, sendo o objetivo o de persuadir Stalin a assinar um pacto de defesa mútua com a Inglaterra. Outros achavam que fora Churchill, que mais tarde indicou Cripps para ser embaixador em Moscou, que arranjou a viagem. Mas era essa a verdadeira missão? Ou era para arrastar negociações com a Inglaterra na esperança de que Hitler ou Stalin começassem a guerra entre eles, com a vantagem ficando para a Inglaterra?
Sobre esse assunto, os historiadores ainda permanecem divididos; documentos relacionados ao fato ainda estão trancados em arquivos secretos. Stalin pode ter desconfiado do joguinho da Inglaterra, porque ele tinha repentinamente convidado os alemães para enviarem um emissário plenipotenciário para Moscou.
Hitler enviou Ribbentrop e acabou sendo assinado o pacto de não agressão Molotov-Ribbentrop em 23 de agosto de 1939.
Um sorridente Josef Stalin, junto com o Ministro Molotov (ao lado dele) assiste à assinatura do pacto por Ribbentrop (sentado).

Em um de seus últimos encontros com Cripps, Stalin disse a ele, “Nunca percebi um desejo dos políticos alemães de absorver um país europeu. Não acho que a União Soviética seja ameaçada pelos sucessos militares alemães.” Fonte: Rolf Dieter Mueller, Der 2.Weltkrieg 1939-1945Band 21, Verlag Klett-Cotta, Stuttgart, 2004.