quinta-feira, 12 de abril de 2012

Giesler: A oferta final a Josef Beck da Polônia


A oferta final de Hitler à Polônia
 (Originalmente publicado em 31/10/11 por Carolyn Yeager <carolynyeager.com>)
 Giesler: “Até o último menosprezo dado pela liderança polonesa ao final de Agosto/1939, ele não podia imaginar que eles deixassem chegar a uma guerra.”
Adolf Hitler e o Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Josef Beck, se encontraram em 1937, quando as relações ainda eram boas. Por volta de agosto de 1939, Beck ignorava os pedidos de Hitler para discutir sobre as fronteiras comuns e principalmente sobre a maior preocupação de Hilter, que não podia mais esperar – Dantzig.
Nesta foto aparecem da esquerda para direita: Ribbentrop, Josef Beck, Adolf Hitler, ministro Von Neurath, Goering e embaixador Lipski.
Em 29 de agosto, os alemães fizeram uma nova proposta de negociação para a Polônia. Nesta oferta, eles diziam ao mundo que preferiam a diplomacia à guerra. Os poloneses, recusando conversar, diziam ao mundo que eles preferiam a guerra. O ministro das relações exteriores da Inglaterra, Lord Halifax (na foto abaixo com Ribbentrop e Hitler), que também apoiava os poloneses a não negociarem, também estava favorecendo a guerra. O que Halifax realmente encorajou foi dizer ao governo de Hitler que a Polônia estava desejando conversar, quando ele sabia que eles não queriam.
No dia 28, Beck informou aos britânicos que ele não negociaria sem uma explícita declaração de Hitler que a Alemanha tinha desistido de Dantzig de uma vez por todas, e que ela não voltaria a tentar ter comunicações com a Prússia Oriental através do Corredor Polonês. Isto, contudo, não foi repassado para os alemães.
Uma nota passada pelo governo de Hitler para o embaixador britânico na Alemanha, Nevile Henderson, às 7h15 da noite, em 29/Agosto, dizia que Hitler queria que o Governo Britânico informasse para a Polônia enviar um emissário para Berlim no dia seguinte, quarta, 30/Agosto. Ele enfatizava que era necessária urgência, devido à pressão dos acontecimentos, e ele desejava que os britânicos soubessem que a Alemanha aguardava a chegada do representante da Polônia no mais tardar até meia-noite de 30/Agosto. Hitler assegurava a Henderson que ele iria negociar com a Polônia em bases igualitárias. Henderson afirmou a Halifax que os termos seriam moderados. Henderson também pediu ao embaixador polonês na Alemanha, Josef Lipski, antes da meia-noite de 29/Agosto, que seu país poderia e deveria enviar um enviado especial para Berlim, no dia seguinte. Lipski informou Beck e este convocou o embaixador britânico na Polônia, Hugh Kennard.
Kennard era extremamente anti-germânico, assim como seu chefe Halifax. Portanto, Kennard não avisou Beck para cancelar a mobilização polonesa programada para aquela manhã, 30 de agosto, e foi ainda mais adiante, para aconselhá-lo a rejeitar a proposta de Hitler, mesmo que seu próprio governo tinha desonestamente assegurado para a Alemanha dois dias antes, que a Polônia estava disposta a negociar.
 Na manhã de 30 de agosto, Henderson enviou mensagem para Halifax que meia noite de 30 de agosto não era um prazo incondicional e Berlim não era um local incondicional – o governo de Hitler estava querendo acomodar os poloneses neste propósito, tão logo uma afirmação de desejo de negociar fosse feita. Mas naquela tarde, informações sobre mobilização geral polonesa havia se espalhado por toda a Polônia e Beck tinha emitido um comunicado, dizendo que a Polônia tinha apoiado todos os esforços pela paz, feitos pelos aliados e nações neutras, mas não havia conseguido nenhuma reação por parte da Alemanha. Contudo, Hitler, Goering e Ribbentrop continuavam a esperar que os poloneses ainda enviassem um emissário para Berlim – e mesmo até a manhã de 31.
Beck havia enviado instruções para Lipski logo antes do meio dia para não aceitar propostas e não entrar em negociações com o governo alemão. Isto ficou claro, quando o telegrama foi interceptado e decodificado pelo departamento de investigação especial de Goering. Afirmando que sua consciência agora estava correta de que ele tinha feito o melhor todo o tempo nesses meses, Hitler finalmente ordenou a invasão final no começo da tarde de 31 de agosto.
A recusa polonesa em discutir um acordo com a Alemanha sobre quaisquer termos, e o insulto de não receber resposta nem da Inglaterra ou da Polônia para a oferta final de Hitler, acabou sendo o grande menosprezo.

Giesler: “– alguns dias depois, ocorreu o golpe em Belgrado. Aqui novamente, embora oculto, um esforço combinado da liderança da Inglaterra e da Rússia desempenhou um grande papel nessa revolta.”

O príncipe regente Paul (contrário aos russos) da Iugoslávia com Adolf Hitler in Março de 1941, quando ele concordou em juntar-se ao Pacto Tripartite (Berlim-Roma-Tóquio). Os Balcãs agora pareciam estar seguros, depois que a Bulgária tinha também assinado, e a Hungria e Romênia também eram parceiros. Hitler estava ciente do perigo de operações militares pelo Oeste através de um ataque pelo Mediterrâneo em direção à Grécia, Albânia ou Trieste. Dois dias depois que a Iugoslávia assinou formalmente o Pacto em Viena, em 25 de março, o regime de Paul foi derrubado por um golpe militar, liderado pelo general sérvio Dusan Simovich, mas iniciado e planejado por oficiais britânicos, e certamente com o encorajamento e conhecimento (se não houve ajuda efetiva) dos sovietes.
Deslocando uma divisão Leibstandarte Adolf Hitler da  Waffen SS do fronte russo e a divisão Gebirgsjaeger  das montanhas da Áustria, Hitler atacou com força tanto a Iugoslávia como a Grécia em 6 de abril. Simovich e o recém-instalado Rei Peter (a favor dos britânicos) fugiu do país, terminando na Inglaterra, em Junho. A 10 de abril, a Croácia separou-se da Iugoslávia e aliou-se com a Alemanha. Iugoslávia capitulou em 17 de abril. As tropas de invasão britânicas fugiram para Creta, Chipre e finalmente para o Egito.
Em 2 de junho, a Grécia se rendeu depois um grande batalha na qual os batalhões montanheses austríacos desempenharam um papel decisivo. Três ou quatro divisões Gebirgsjaegers conseguiram um grande feito, primeiro por terem chegado rápido, e depois por conseguirem passar pelas Termópilas nas montanhas rochosas da Grécia, carregando equipamentos (armas, munição e comida) sobre mulas e pôneis, com alguns veículos motorizados. Além da falta de água e do grande calor, eles enfrentaram grande resistência do exército grego. O General Ferdinand Schoerner,  ao lado, um bávaro de Munique e o último comandante do exército alemão de 1945, comandou a 4ª divisão Gebirgsjaeger e ficou conhecido como o Conquistador da Acrópole.
Foi uma vitória completa para as forças do Eixo, mas atrasou a invasão da União Soviética, que pode ter sido um golpe fatal nessa guerra.

 A Missão Secreta de Stafford Cripps
Giesler: “Os diplomatas da Inglaterra já estavam tentado fortalecer o cercamento, tentando obter a ajuda da Rússia.
Sir Stafford Cripps, um ardente Marxista, foi a capa da Time em 10 de novembro de 1946.
Apesar de ter sido expulso do Partido Trabalhista no começo de 1939, por tentar organizar uma Frente Popular de Liberais, Trabalhistas e Comunistas para derrubar o governo de Chamberlain, ele ofereceu seus serviços para esse governo no romper da guerra. Ele foi ignorado, mas outra coisa que os Britânicos souberam, é de que ele estava viajando pelo mundo, com reuniões com Molotov, Nehru e Roosevelt. Alguns especularam que ele estava em missão secreta para o Governo de Chamberlain, sendo o objetivo o de persuadir Stalin a assinar um pacto de defesa mútua com a Inglaterra. Outros achavam que fora Churchill, que mais tarde indicou Cripps para ser embaixador em Moscou, que arranjou a viagem. Mas era essa a verdadeira missão? Ou era para arrastar negociações com a Inglaterra na esperança de que Hitler ou Stalin começassem a guerra entre eles, com a vantagem ficando para a Inglaterra?
Sobre esse assunto, os historiadores ainda permanecem divididos; documentos relacionados ao fato ainda estão trancados em arquivos secretos. Stalin pode ter desconfiado do joguinho da Inglaterra, porque ele tinha repentinamente convidado os alemães para enviarem um emissário plenipotenciário para Moscou.
Hitler enviou Ribbentrop e acabou sendo assinado o pacto de não agressão Molotov-Ribbentrop em 23 de agosto de 1939.
Um sorridente Josef Stalin, junto com o Ministro Molotov (ao lado dele) assiste à assinatura do pacto por Ribbentrop (sentado).

Em um de seus últimos encontros com Cripps, Stalin disse a ele, “Nunca percebi um desejo dos políticos alemães de absorver um país europeu. Não acho que a União Soviética seja ameaçada pelos sucessos militares alemães.” Fonte: Rolf Dieter Mueller, Der 2.Weltkrieg 1939-1945Band 21, Verlag Klett-Cotta, Stuttgart, 2004.