A oferta final de Hitler à Polônia
(Originalmente publicado em 31/10/11 por Carolyn Yeager <carolynyeager.com>)
Giesler: “Até o último menosprezo dado pela liderança
polonesa ao final de Agosto/1939, ele não podia imaginar que eles deixassem
chegar a uma guerra.”
Adolf
Hitler e o Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Josef Beck, se
encontraram em 1937, quando as relações ainda eram boas. Por volta de agosto de
1939, Beck ignorava os pedidos de Hitler para discutir sobre as fronteiras
comuns e principalmente sobre a maior preocupação de Hilter, que não podia mais
esperar – Dantzig.
Nesta foto aparecem da esquerda para direita: Ribbentrop, Josef Beck, Adolf Hitler, ministro Von Neurath, Goering e embaixador Lipski.
Em 29 de agosto, os alemães fizeram uma nova proposta de
negociação para a Polônia. Nesta oferta, eles diziam ao mundo que preferiam a
diplomacia à guerra. Os poloneses, recusando conversar, diziam ao mundo que
eles preferiam a guerra. O ministro das relações exteriores da Inglaterra, Lord
Halifax (na foto abaixo com Ribbentrop e Hitler), que também apoiava os poloneses a não negociarem, também estava
favorecendo a guerra. O que Halifax realmente encorajou foi dizer ao governo de
Hitler que a Polônia estava desejando conversar, quando ele sabia que eles não
queriam.
No
dia 28, Beck informou aos britânicos que ele não negociaria sem uma explícita
declaração de Hitler que a Alemanha tinha desistido de Dantzig de uma vez por
todas, e que ela não voltaria a tentar ter comunicações com a Prússia Oriental
através do Corredor Polonês. Isto, contudo, não foi repassado para os alemães.
Uma
nota passada pelo governo de Hitler para o embaixador britânico na Alemanha, Nevile
Henderson, às 7h15 da noite, em 29/Agosto, dizia que Hitler queria que o
Governo Britânico informasse para a Polônia enviar um emissário para Berlim no
dia seguinte, quarta, 30/Agosto. Ele enfatizava que era necessária urgência,
devido à pressão dos acontecimentos, e ele desejava que os britânicos soubessem
que a Alemanha aguardava a chegada do representante da Polônia no mais tardar
até meia-noite de 30/Agosto. Hitler assegurava a Henderson que ele iria
negociar com a Polônia em bases igualitárias. Henderson afirmou a Halifax que
os termos seriam moderados. Henderson também pediu ao embaixador polonês na
Alemanha, Josef Lipski, antes da meia-noite de 29/Agosto, que seu país poderia
e deveria enviar um enviado especial para Berlim, no dia seguinte. Lipski
informou Beck e este convocou o embaixador britânico na Polônia, Hugh Kennard.
Kennard
era extremamente anti-germânico, assim como seu chefe Halifax. Portanto,
Kennard não avisou Beck para cancelar a mobilização polonesa programada para
aquela manhã, 30 de agosto, e foi ainda mais adiante, para aconselhá-lo a
rejeitar a proposta de Hitler, mesmo que seu próprio governo tinha
desonestamente assegurado para a Alemanha dois dias antes, que a Polônia estava
disposta a negociar.
Na
manhã de 30 de agosto, Henderson enviou mensagem para Halifax que meia noite de
30 de agosto não era um prazo incondicional e Berlim não era um local
incondicional – o governo de Hitler estava querendo acomodar os poloneses neste
propósito, tão logo uma afirmação de desejo de negociar fosse feita. Mas
naquela tarde, informações sobre mobilização geral polonesa havia se espalhado
por toda a Polônia e Beck tinha emitido um comunicado, dizendo que a Polônia tinha
apoiado todos os esforços pela paz, feitos pelos aliados e nações neutras, mas
não havia conseguido nenhuma reação por parte da Alemanha. Contudo, Hitler,
Goering e Ribbentrop continuavam a esperar que os poloneses ainda enviassem um
emissário para Berlim – e mesmo até a manhã de 31.
Beck
havia enviado instruções para Lipski logo antes do meio dia para não aceitar
propostas e não entrar em negociações com o governo alemão. Isto ficou claro,
quando o telegrama foi interceptado e decodificado pelo departamento de
investigação especial de Goering. Afirmando que sua consciência agora estava
correta de que ele tinha feito o melhor todo o tempo nesses meses, Hitler
finalmente ordenou a invasão final no começo da tarde de 31 de agosto.
A
recusa polonesa em discutir um acordo com a Alemanha sobre quaisquer termos, e
o insulto de não receber resposta nem da Inglaterra ou da Polônia para a oferta
final de Hitler, acabou sendo o grande menosprezo.
Giesler: “– alguns dias depois, ocorreu o golpe
em Belgrado. Aqui novamente, embora oculto, um esforço combinado da liderança
da Inglaterra e da Rússia desempenhou um grande papel nessa revolta.”
O príncipe regente Paul (contrário aos
russos) da Iugoslávia com Adolf Hitler in Março de 1941, quando
ele concordou em juntar-se ao Pacto Tripartite (Berlim-Roma-Tóquio). Os Balcãs agora pareciam estar seguros, depois
que a Bulgária tinha também assinado, e a Hungria e Romênia também eram
parceiros. Hitler estava ciente do perigo de operações militares pelo Oeste
através de um ataque pelo Mediterrâneo em direção à Grécia, Albânia ou Trieste.
Dois dias depois que a Iugoslávia assinou formalmente o Pacto em Viena, em 25
de março, o regime de Paul foi derrubado por um golpe militar, liderado pelo
general sérvio Dusan Simovich, mas iniciado e planejado por oficiais
britânicos, e certamente com o encorajamento e conhecimento (se não houve ajuda
efetiva) dos sovietes.
Deslocando uma divisão Leibstandarte Adolf Hitler da Waffen SS do fronte russo e a divisão
Gebirgsjaeger das montanhas da Áustria,
Hitler atacou com força tanto a Iugoslávia como a Grécia em 6 de abril.
Simovich e o recém-instalado Rei Peter (a favor dos britânicos) fugiu do país,
terminando na Inglaterra, em Junho. A 10 de abril, a Croácia separou-se da
Iugoslávia e aliou-se com a Alemanha. Iugoslávia capitulou em 17 de abril. As
tropas de invasão britânicas fugiram para Creta, Chipre e finalmente para o
Egito.
Em 2 de junho, a Grécia se rendeu depois um grande batalha na qual
os batalhões montanheses austríacos desempenharam um papel decisivo. Três ou
quatro divisões Gebirgsjaegers conseguiram um grande feito, primeiro por terem
chegado rápido, e depois por conseguirem passar pelas Termópilas nas montanhas
rochosas da Grécia, carregando equipamentos (armas, munição e comida) sobre
mulas e pôneis, com alguns veículos motorizados. Além da falta de água e do grande
calor, eles enfrentaram grande resistência do exército grego. O General
Ferdinand Schoerner, ao lado, um bávaro de Munique e o último comandante do
exército alemão de 1945, comandou a 4ª divisão Gebirgsjaeger e ficou conhecido
como o Conquistador da Acrópole.
Foi uma vitória completa para as forças do
Eixo, mas atrasou a invasão da União Soviética, que pode ter sido um golpe
fatal nessa guerra.
A Missão Secreta de Stafford Cripps
Giesler: “Os diplomatas da Inglaterra já estavam tentado
fortalecer o cercamento, tentando obter a ajuda da Rússia.”
Apesar de ter sido expulso do Partido Trabalhista no
começo de 1939, por tentar organizar uma Frente Popular de Liberais,
Trabalhistas e Comunistas para derrubar o governo de Chamberlain, ele ofereceu
seus serviços para esse governo no romper da guerra. Ele foi ignorado, mas
outra coisa que os Britânicos souberam, é de que ele estava viajando pelo
mundo, com reuniões com Molotov, Nehru e Roosevelt. Alguns especularam que ele
estava em missão secreta para o Governo de Chamberlain, sendo o objetivo o de
persuadir Stalin a assinar um pacto de defesa mútua com a Inglaterra. Outros
achavam que fora Churchill, que mais tarde indicou Cripps para ser embaixador
em Moscou, que arranjou a viagem. Mas era essa a verdadeira missão? Ou era para
arrastar negociações com a Inglaterra na esperança de que Hitler ou Stalin
começassem a guerra entre eles, com a vantagem ficando para a Inglaterra?
Sobre
esse assunto, os historiadores ainda permanecem divididos; documentos
relacionados ao fato ainda estão trancados em arquivos secretos. Stalin pode
ter desconfiado do joguinho da Inglaterra, porque ele tinha repentinamente
convidado os alemães para enviarem um emissário plenipotenciário para Moscou.
Hitler
enviou Ribbentrop e acabou sendo assinado o pacto de não agressão
Molotov-Ribbentrop em 23 de agosto de 1939.
Um sorridente Josef Stalin, junto com o Ministro Molotov (ao lado dele) assiste à assinatura do pacto por Ribbentrop (sentado).
Em um
de seus últimos encontros com Cripps, Stalin disse a ele, “Nunca percebi um
desejo dos políticos alemães de absorver um país europeu. Não acho que a União
Soviética seja ameaçada pelos sucessos militares alemães.” Fonte: Rolf Dieter Mueller, Der 2.Weltkrieg 1939-1945Band 21, Verlag Klett-Cotta, Stuttgart, 2004.