A Ofensiva Ocidental de Maio de 1940 foi inteiramente planejada por
Adolf Hitler
Tradução do Alemão
e Comentários por Carolyn Yeager and Wilhelm Mann
Ein Anderer Hitler, Druffel Verlag,
Leoni am Starnberger, 6ª edição, 1982.
Copyright 2010 Carolyn Yeager
Hitler: Agora eu tenho
confiança em Keitel (centro) e Jodl (direita)—não, eu
não os convenci dos meus planos logo de início. Eles não aprovaram e levantaram
objeções, como: Não seria mais prudente
seguir para o norte pelas fortificações da Linha Maginot?
Introdução dos
Tradutores americanos: Nesse capítulo a seguir, tirado do
livro de memórias de Hermann Giesler , Ein Anderer Hitler, as explicações
detalhadas do Fuehrer para o amigo arquiteto na sala de mapas do
quartel-general em Winniza devem esclarecer de uma vez por todas quem foi o
autor da estratégia da campanha no Ocidente, e eliminar as fantasias de muitos
historiadores das últimas décadas que acreditavam que o General Franz Halder ou
Erich Von Mainstein como sendo o gênio estrategista e planejador original.
Essas falácias são
ainda consideradas como fato histórico até hoje. Declarações podem ser vistas
no livro Kriegstagebuch de Franz
Halder, assim como observações feitas por Walter Warlimont, chefe assistente de
operações na OKW, em seu livro Inside Hitler’s Headquarters (Por dentro do quartel-general de Hitler).
Os relatórios e
mensagens do General von Manstein para a OKH e suas descrições detalhadas dos
acontecimentos no final de 1939 e começo de 1941, em seu Verlorene Siege, chegaram perto das
descrições de Hitler. Como chefe de staff do Exército do Grupo A, com
quartel-general em Koblenz, von
Manstein, de outubro de 1939 em diante, bombardeou com memorandos o Coronel
Halder a fim de enviar correções para a organização das forces alemãs no teatro
de Guerra do Ocidente, que estavam se preparando para a ofensiva.
Os vários
adiamentos, causados em parte pelo mau tempo, em parte pelo acidente com os oficiais
do General Felmy na fronteira holandesa, deram a Manstein a oportunidade de
indicar em detalhes uma mudança radical na estratégia de ataque. Em vez do
antigo plano Schlieffen, ele preferiu um ataque pelo Rio Maas em Sedan com três
divisões do Exército do Grupo A, e uma rápida movimentação pelo Rio Somme em
Abbeville.
Em 12 de novembro
de 1939, para grande surpresa de todos, o Exército do Grupo A recebeu um
teletipo com as ordens detalhadas de Hitler de acordo com as linhas da
estratégia de Von Manstein. Em seu livro, Manstein descreve esse acontecimento:
“…talvez Hitler tenha chegado à mesma conclusão por si próprio. Ele tinha um
olho clínico para possibilidades táticas e estudava muito os mapas. Ele pode
ter percebido que se poderia atravessar mais fácil o Maas em Sedan, ao passo
que mais adiante seria mais difícil para os panzers do 4ª divisão. Ele poderia
ter visto que a travessia do Maas perto de Sedan como sendo um local mais favorável
….” (V.S. p. 106)
Qualquer mensagem
de von Manstein tinha que passar pelo comandante do Exército do Grupo A, von
Rundstedt, para Halder antes de chegar a Hitler. Von Manstein suspeitava que as
suas mensagens e a de Rundstedt nunca chegaram à mesa de Hitler. Em 17 de
fevereiro de 1940, von Manstein—que havia sido sacado da posição de chefe de
staff do Exército do Grupo A (Halder não gostava de Manstein, tinha ciúmes , e,
desta forma, interferia nas intenções e planos estratégicos dele)—tinha, como
agora designado como comandante do 38ª Corporação (bem no interior,uma infantaria
em Stettin) que se reportar a Hitler. Foi em um encontro que, pela primeira
vez, Hitler ficou sabendo de von Manstein dos seus planos inovadores, que
haviam sido enviados a Halder ( mas nunca recebidos por Hitler ), que estavam
bem próximos das ideias concebidas pelo próprio Hitler.
Assim, estavam
sendo jogados no tabuleiro os dados da estratégia- O exército de Rundstedt e a
divisão Panzer de Guderian estavam prontos.
* * * *
Havia uma grande coleção de mapas, encadernada em couro: A Campanha da
França e seu planejamento. Um dia,ela foi colocada na mesa de
trabalho de Hitler. A assessoria das Forças Armadas havia me dito que a
coleção tinha sido preparada como uma
documentação histórico-militar, e sua primeira edição fora apresentada a Hitler
em Winniza.
Adolf Hitler, antes de me passar-me
uma ideia da campanha que surpreenderia o mundo, explicou-me que já havia
solicitado do chefe do staff (Franz Halder), antes do final da campanha na
Polônia, uma apresentação das disposições estratégicas para uma campanha de
Guerra no Ocidente. Ele disse, “ Primeiramente, não tenho confiança na paz; em
segundo lugar, uma ofensiva no Ocidente tinha de se pensada com profundidade e
preparada em todos os detalhes; e finalmente, o momento certo – o fator mais
importante. Nós estávamos por muito tempo sob pressão do tempo e ainda estamos;
o tempo está sendo um aliado poderoso para o inimigo, mais implacável do que o
inverno passado com a neve prematura, gelo e frio cortante.”
Pensativo, ele continuou, “Desde a
minha juventude, como uma premonição, nunca gostei de neve ou gelo."
"Bem antes da campanha na
França, eu lhe tinha dito que o chefe de Staff me entregara em setembro de 1939
um plano Schliefen remodelado – sem , contudo , em detalhes. Como ocorreu,
quero dizer, a arrogância de uma apresentação com coisas vagas, repetições dos
pensamentos do honrado General Schliefen, que era, em princípios operacionais,
parte do século XIX e não levava em conta as possibilidades das armas modernas,
tanques e força aérea!”
Adolf Hitler estava calado, se
lembrando.
Depois de algum tempo, ele disse, “Eu
olhei para o chefe de Staff convencido de que mais palavras, o mesmo uma
análise crítica, não levaria a nada, cairia no vazio – ele não é capaz de
pensar em todas as dimensões, mas está
convencido de que ele tem uma capacidade militar única." Ele não tem
ideias, novidades, imaginação, ousadia e, acima de tudo, o carisma que é
característico de um líder militar.
"Mas quanto tempo ainda restava
para mudar daquela estratégia de Schliefen,
aqueles planos táticos meticulosamente detalhados por uma novo
pensamento de ofensiva?" No curto tempo disponível, só se poderia reforçar
as unidades de tanques e as divisões motorizadas na frente em Luxemburgo, e
assim, enfatizar a ofensiva na direção de Neuchateau e Sedan.
"Eu dei a ordem para atacar em
meados de Novembro de 39." Então, houve aquela misteriosa traição no
início da ofensiva. A descoberta foi me passada em seu escritório, em 8 de Novembro. Eu, imediatamente, interrompi a ofensiva. Não foi fácil,
perdemos tempo. Mas, por outro lado, a tentativa de assassinato contra mim não
teve sucesso e a decisão de interromper o ataque acabou sendo correto devido às
condições de tempo pouco favoráveis.
“O traidor, até o momento, não foi
encontrado. Ele está, sob disfarce, em uma posição militar; toda a nossa
programação foi descoberta! Que ódio contra mim, e o Nacional Socialismo,
reside por trás dessa revolta e dessa traição covarde – e sem qualquer
hesitação, soldados alemães são sacrificados.”
“Uma decisão no Ocidente em 1939 não
era mais possível. Perdemos tempo, tempo valioso, mas eu usei esse tempo para
lidar com a estratégia da campanha na França e para estudar com profundidade os
detalhes táticos dela decorrentes.”
Fomos até os mapas e Hitler abriu a
pasta. Primeiro, foi um mapa que cobria a área desde o Mediterrâneo até o Mar
do Norte, marcado com as forças militares na data de Setembro de 1939. “ Eu
estava lidando com minhas próprias possibilidades estratégicas, guardando-as
para mim. Minha ideia era: Se eu agir como se eu estivesse atacando ‘a la
Schliefen,’ e assim enganá-los
completamente” – com uma mão ele delimitava uma área- “ e começar com um ataque
forte, aqui, onde eles não estariam esperando por nada” – seu dedo indicador apontava para Sedan – “qual será então a
consequência? Lentamente, minhas ideia ficaram claras. Eu podia ver a sequência
dos ataques-surpresa, tudo estabelecido. Mas ainda mantinha apenas para mim; eu
não queria falar com ninguém sobre minhas ideias.
“Eu solicitei todo o material de
apoio e verifiquei tudo por completo. Eu pesquisei as fortificações na linha
Maginot até onde elas eram conhecidas por nós e marquei nos mapas do staff.
Também, eu tinha outros mapas e fotos diante de mim, mas de todas as seções,
não somente da área dos meus ataques planejados. Além disso, eu verifiquei o
sistema rodoviário e de tráfego e vi todas as possibilidades de camuflar as
posições de prontidão.”
“Gradualmente comecei a me sentir
seguro e providenciei que meus assistentes da Wermacht que houvesse sigilo
absoluto a fim de que eles pudessem me auxiliar. Lentamente, ganhei a convicção
de que era eminentemente necessário que fosse seguido essa linha e não havia
outra melhor.”
“Em Dezembro de 1939, o plano da
ofensiva saiu de uma simples ideia para um estágio mais concreto. A grande
estratégia acontece não somente ao nível intelectual, mas de acordo com suas
próprias leis, similar com a construção e arquitetura de edifícios de uma
cidade – Sou tentado a dizer: é obra de arte.
“Se essa estratégia levar a um
completo sucesso, se ela for realizada, será por uma lógica interconexão de
todos os detalhes técnicos, que devem ser cuidadosamente planejados. Esses
detalhes táticos devem ser completamente integrados e subordinados a uma grande
ideia estratégica. Eles são, ao mesmo tempo, tanta a fundação como a estrutura.
Naturalmente, preparações preventivas tinham de ser pensadas a fim de fazer
frente a todos os possíveis acontecimentos. Além disso, para alcançar a meta, a
surpresa é necessária.”
“Agora eu tenho que lidar com os
detalhes e as táticas de ataque; tomo todo meu tempo para analisar
minuciosamente. Depois dos mapas, vamos para os exercícios em caixas de areia.
Ainda mantenho meu círculo de acompanhantes pequeno e de acordo com minha
experiência posterior, minhas preocupações estavam absolutamente corretas.”
“No começo de Janeiro de 1940, a
estratégia estava firmemente solidificada em todo o planejamento tático.”
“Agora eu tenho confiança em Keitel e Jodl —não, eu não os
convenci dos meus planos logo de início. Eles não aprovaram e levantaram
objeções, como: Não seria mais prudente
seguir para o norte pelas fortificações da Linha Maginot?
“É isso que nossos adversários estão
esperando e para o que fizeram preparativos, disse a eles. Meus planos de
ataque eram muito audaciosos.”
“Naturalmente, eram arriscados; não
somente o ataque frontal, mas também os flancos no Sul, Oeste e mesmo do Leste
estavam em perigo, em caso das divisões seguintes ao primeiro ataque não fossem
capazes de assegurar a área ganha a tempo. Eles não foram fáceis de convencer.
“A barreira de Maginot? Bem, eu tinha
certeza disso. As barreiras dos checos, dirigidas contra nós na época e
construídas pelos engenheiros franceses, similares aos bunkers da Maginot
- não só eu prestei muita atenção nelas,
como para mim, elas eram objetos úteis para tiros de teste. Os resultados foram
de acordo com minhas expectativas – os bunkers foram penetrados por tiros de
bombas especiais de 8.8.”
“Em meados de Fevereiro, os recém nomeados
generais, entre eles, Manstein, se reportaram a mim. (General Rudolf) Schmundt
comento-me sobre ele, indicando que suas ideias sobre a estratégia de guerra no
Ocidente eram bem semelhantes às minhas. Depois da apresentação, dei ao
Manstein a oportunidade de passar-nos suas ideias a respeito da Ofensiva
Ocidental. Sim, era mesmo como Schmundt tinha me dito.”
“Manstein era o único general que
havia idealizado o mesmo plano de operação; as minhas ideias então se
confirmavam. Fiquei quieto, contudo – quanto menos soubessem, mais
surpreendente seria o ataque. Não seria prudente deixar Manstein saber quanto
estávamos avançados, além do conceito estratégico básico, nos detalhes já
trabalhados.”
Hitler fala de seu detalhado planejamento
Durante essa conversa, Adolf Hitler
virado mapa por mapa cobrindo os meses da “drole
de guerre” (guerra engraçada) até Maio de 1940. No mapa, você poderia notar
as marcações das posições iniciais de ataque.
“Eu não quero estar envolvido agora
com todos os detalhes, como a rápida tomada de cruzamentos, pontes e barreiras.
Uma vez que eles estavam situados perto da fronteira, eu comprometi comandos de
ataque—parcialmente até com bicicletas—para que eles pudessem chegar rápido e
silenciosamente nas posições inimigas”.
“O ataque mais importante foi o de
Eben Emael, uma barreira moderna e impenetrável. Poderia se tomada sem perdas
grandes apenas com um ataque surpresa, coordenando o ataque pelo ar e por
terra. Planadores deveriam pousar silenciosamente no alto do forte e
descarregar os homens.Aviões com tropas de paraquedas e comandos com
planadores, iriam comprometer-se com considerações táticas quando o tempo
requeresse. Sempre que possível, campos aéreos atrás das linhas inimigas seriam
capturadas desse modo.”
“Acredita-me, Giesler, todos esses
ataques que eu discuti e exercitei sob um modelo, com oficiais, pessoal da
força aérea, paraquedistas e infantaria--- e tivemos sucesso total.”
Adolf Hitler abriu o mapa seguinte:
ele mostrava o ataque que aconteceu na manhã do dia 10 de Maio, com as
marcações dos alvos do primeiro dia. A seguir, havia mapas com seções de
divisões diferentes, e depois um segundo mapa marcando o sucesso pelos grupos
de batalhas e unidades panzer.
Desenhado em grande escala, poderia
ser visto a dura batalha por Sedan. Foi um golpe que o inimigo não
esperava—depois o rompimento da defesa e o avanço dos panzers, protegidos pelos
flancos por divisões de soldados. Depois,
mapas e mapas seguiram, à vezes dois por dia, relatando graficamente o
sucesso de batalha do avanço panzer ao longo lado leste do Somme para Abeville.
“Minha grande preocupação era
proteger os flancos; contra-ataques do Sul e Sudoeste, energicamente
executados, teriam se tornado uma série ameaça. Logicamente, ao mesmo tempo, o
‘ataque Schliefen’ tinha de ser seriamente levado a cabo a fim de arrastar as
principais forças do inimigo, as unidades motorizadas para o território belga.
O engodo deu certo; a massa das força inimiga se moveram para essas áreas de
batalhas, como imaginei eles fariam, e foram cercados. O ataque frontal de
nossas divisões também tiveram sucesso total e forçaram a Holanda e Bélgica a
se renderem. A operação, mais tarde chamada ‘Sichelschnitt’ (corte de foice), tornou-se
um sucesso decisivo. Mas a derrota total das forças aliadas ainda não tinha
sido alcançada.”
O milagre de Dunquerque - foi realmente erro de Hitler?
Comentário dos tradutores: Muita consternação e especulações entre os
historiadores militares se voltaram para a operação Dunquerque, de 26 de maio a
4 de junho de 1940. A descrição de Hitler desses dias fatídicos suporta a
crença de que foram simplesmente considerações políticas que o levaram à
decisão de segurar os panzers que estavam prontos para cercar e derrotar meio
milhão de soldados britânicos. Sabemos da aversão de Hitler—pelo menos desta
vez—de lutar contra os ingleses com força e ferocidade.
Ele pensava
que esta vitória no Ocidente iria convencer a Inglaterra a entrar em
negociações de paz e discussões de uma nova ordem na Europa, junto com a
Alemanha. Pensamentos dele próprio como um europeu,e não somente como um líder
militar alemão, estavam em sua cabeça—pensamentos muito diferentes, como
sabemos, daqueles de Churchill e seus conselheiros sinistros que queriam a
guerra.
A decisão de segurar as divisões
panzer em Dunquerque foi discutida na OKW e concordados por von Rundstedt e seu
chefe de staff—o sucessor de Manstein—General von Sodenstern. Hitler,Keitel, Jodl
e Rundstedt tinham duas considerações militares em mente que levaram a esta
decisão:
1)Os ataques da força panzer tinham
já levado os recursos materiais e humanos ao limite—descanso e reparos eram
necessários. Em 23 de Maio, o comando dos Panzers havia reportado perda de 50%
de seus tanques. O terreno plano de Dunquerque requeria força total da divisão
panzer. Rundstedt deu a ordem de parar e passou por cima da OKW, e sobre o
avanço posterior de Brauchitsch e Halder.
2) O flanco sul do Exército do Grupo
A estava parcialmente aberto. Mesmo que o movimento foice dos grupos de
exércitos cortasse as forças aliadas pela metade, havia que se considerar ainda
as formidáveis forças francesas, tanques e divisões motorizadas reunidas no Sul
e Oeste do Somme e Aisne.
Era também sabido que Goering
assegurou a Hitler que a Luftwaffe, se convocada, seria capaz de devastar as
forças expedicionárias inglesas estacionadas. No desenrolar das coisas, o mau
tempo estacionou os bombardeiros do Reichsmarschall por vários dias, permitindo
que 338.000 soldados ingleses escapassem pelo canal. A Inglaterra se safou, mas
milhares de armas e veículos foram deixados nas praias.
A divisão Panzer e a infantaria alemã
atravessaram o Somme e Marne após uma curta e dura batalha e tomaram Paris. Em
uma clareira de floresta em Compiegne, no mesmo carro ferroviário que a
delegação alemã assinou o armistício em 1918, o general francês Huntzinger
assinou o novo armistício de 22 de junho de
1940.
Adolf Hitler continua: “O oponente
estava completamente batido no setor norte. Pressionado no leste e sul pelas
nossas rápidas tropas, interrompido do lado oeste, somente o mar ficava sendo o
único caminho aberto de fuga. A massa das forças britânicas estava concentrada
ao redor de Dunquerque, na planície de Flanders, da qual eu me lembrava bem no
meu tempo de guerra. Ah, eu sei, minha decisão em Dunquerque foi considerada um
grande erro, pelo meu staff – alguns generais que sabem tudo – uma burrice a
minha de não ter destruído completamente as já derrotadas forças britânicas.”
"Havia várias considerações por
eu não ter feito assim.”
“Primeiro, por razões militares. As
planícies de Flanders restringem as operações com tanques basicamente para as
estradas. Seriam esperadas longas batalhas, com grandes perdas e possíveis
colapsos de nossos tanques. Para futuras operações em direção ao Oeste e ao
Sul, na França propriamente dita, eu não poderia sacrificar um tanque. Mas,
acima de tudo, não devíamos desperdiçar nossas forças e tempo. O inimigo tinha
sido desestabilizado; agora tudo deveria ser feito golpe a golpe.
“Depois de ouvir Rundstedt, meus
conselheiros militares mais próximos também concordavam com essa opinião. Era
absolutamente necessário continuar com o ataque no Oeste e Sul sem qualquer
hesitação antes do inimigo conseguir construir uma defesa forte ao longo do
Somme e Aisne. Nosso força de
acompanhamento já havia encontrado forte resistência lá. Também tinha que ser
presumido que os ingleses iria enviar tropas adicionais, suportadas pela
artilharia de seus encouraçados no Canal – eles não poderia deixar a França na
mão, assim como fizeram com a Polônia!”
“Nós tínhamos que atacar em direção
ao Oeste – Paris e o norte da França tinham de ser tomados rapidamente, para
impedir que os ingleses desembarcassem novas tropas. Também, tínhamos que
direcionar uma ofensiva para o Sul, com um ataque atrás das fortificações
francesas. Tínhamos que força uma decisão final e assim levar a campanha
francesa para um final, porque não havia outra razão do tipo político-militar.
Eu não fiquei restrito a apenas um lado: por um longo tempo eu estive ouvindo e
preocupado com o Leste.”
"E não poderia haver uma mínima
chance de paz, mesmo que vaga, que eu pudesse obstruir com a aniquilação
completa das forces britânicas em Dunquerque?”
Adolf Hitler estava pensando
racionalmente como vinha fazendo nos últimos anos; ele não pensava apenas como
um alemão – ele pensava como um europeu. Ele verdadeiramente acreditava em uma
humanidade maior, que ele queria realizar entre sociedades unificadas e
baseadas na ética. (Volksgemeinschaften).
Que ele considerava a possibilidade
de uma paz maior, há uma prova que eu me lembro: Em 24 de junho de 1940, em seu
quartel-general de Bruly de Peche, ele deu ordens para as tarefas de tempo de
paz, emitindo um decreto no dia 25, dando autoridade a Speer e a mim para
começar com a reestruturação das cidades alemãs.
Mais para a frente, eu me lembrei uma
vez mais do “erro de Dunquerque.” Se eu me lembro direito, foi em agosto de
1943, após devastadores ataques aéreos em Hamburgo. Em uma sala contígua, Adolf
Hitler dava ordens para um auxiliar. Várias fotografias estavam em uma mesa;
peguei algumas.
Elas testemunhavam o efeito do fósforo
das bombas em mulheres e crianças naquele terrível ataque aéreo em Hamburgo,
com mais de 40.000 mortes de civis.
Quando Hitler retornou à sua sala de
trabalho, ele viu as fotografias em minhas mãos. Com voz baixa, mas resoluta,
ele disse: “Deixe estar, Giesler. Não veja mais essas fotos. Depois de um
tempo, eu tive de repensar. Não era de meu caráter pisar em alguém que já está
no chão. Eu estava enganado – a
magnanimidade não é reconhecida. Eles retribuíram minha comiseração em
Dunquerque com bombas de fósforo em mulheres e crianças cujos maridos e pais
estavam lutando pela Europa. O que você vê aí é brutalidade destrutiva” – ele
apontava para as fotos – “por várias a gente tenta não acreditar nisso; agora
eu sei – não haverá misericórdia!”
Estas palavras foram para mim prova
de que suas decisões naquela época viam de ideias éticas de guerra, em vez de
apenas razões políticas e militares.
Incomodado, voltei a refletir novamente
no outono de 1942 em Winniza. Eu havia chegado lá tarde da noite e não
conseguia pegar no sono. Depois que Hitler conversou comigo, a explicação para
sua não confiança e atitude fria em relação aos generais era evidente. Não era
geralmente assim, porque, contrário a isso, ele estimava muito os oficiais de
frente e as tropas – de quem ele dizia: Eles sabem o que está em jogo.
Eu acabei entendendo por que ele
tanto explicava em detalhes, com a ajuda de mapas, suas decisões estratégicas e
táticas e a maneira como a campanha na França foi vitoriosa. Não foi baseado no
fato que o primeiro exemplo de documentação estava agora posto na mesa; não era
apenas a explicação de sua cuidadosamente planejada campanha. Não há dúvida,
após avaliação, que ele queria se assegurar que seu plano estratégico, suas
disposições táticas estavam corretas e tinham levado a um rápido sucesso. Suas
explicações não era de modo algum arrogantes. Os feitos, a coragem e o
sacrifício dos soldados e comandantes sempre estavam em primeiro lugar, sobre
todos os eventos.
"Apenas com esses soldados e
oficiais, eu ousaria planejar tal desempenho audacioso,” disse para mim. Ele
adicionou a observação, “A estratégia para a campanha russa foi feita
deliberadamente do mesmo jeito.”
Por um momento, ele ficou em silêncio
e depois continuou, “Quando reconheci, após conversações com Molotov, de que
não havia outras possibilidades – Eu tinha de escolher: lutar ou desistir e
trair a Europa. Decidi lutar. Foi a decisão mais difícil da minha vida.”
Eu me perguntei: Por que é que Adolf
Hitler me revela todos esses problemas e pensamentos?
Fora o fato que sua solidão sempre o
levava a conversar, ele sabia que eu era não somente um nacional socialista e
seguidor a quem ele podia confiar, mas, além disso, era próximo dele como seu
arquiteto.
Ele também reconhecia que eu entendia
seus objetivos – mais ainda, ele percebia que eu o via como um pensador de
futuro que já estava planejando e lutando para a próxima geração. O trabalho
conjunto nas concepções de construção da cidade e os detalhes de arquitetura
criavam essa confiança; ele aceitava e me respeitava.
Durante essas horas de mútuo
planejamento, ele se via compelido para a paz, e sua missão real de formar uma nova
ordem social do povo alemão e seu ambiente. Ele encontrou a resposta para o
desafio daquele tempo, o desafio da técnica, e o desafio da nova ordem social.
Nessas horas, ele ficava animado; eu era para ele mais do que seu arquiteto.
Como sempre, eu participava dos
almoços. Hitler ficava pensativo; nossas discussões se restringiam à minha
impressão sobre o projeto do banco do Danúbio em Budapeste. Logo no primeiro
dia de nosso almoço e jantar juntos, eu pedi para ser servido a mesma comida
que estava sendo dada para ele. Hitler mencionou que podia pedir o cardápio da
cozinha, que ele não se incomodaria com isso.
“Não, “eu respondi, “Não estou
querendo imitar. Eu realmente quero conhecer a sua dieta e fica mais fácil para
os ordenanças servirem.” Assim, peguei um pouco da sopa de semolina tostada e
panquecas de batata com legumes. Nesse almoço, eles serviram arroz doce, e
raspas de chocolate em uma xícara. Eu
coloquei um pouco dele no arroz doce. Adolf Hitler me criticou, “Isso é muito
pouco – é um prazer raro,” e depois derramou quase tudo da xícara no meu arroz.
“Eu não posso comer muito disso,” ele
observou. Eu podia ver isto pela porção dele de arroz doce. Era realmente
surpreendente o quão pouco de alimentação ele precisava.
Depois do jantar, ele disse,
“Giesler, você não está somente cansado, mas também não tem dormido o
suficiente. Posso perceber. Você deve dar uma andada, naturalmente com
companhia – com o Professor Brandt-- e
depois vá para a sauna e dormirá bem. Estou muito ocupado com discussões
militares e prazos; nada de planejamentos de construção por hoje. Eu o verei na
hora do chá, no final da tarde depois da sessão de informações sobre a Guerra.”
Durante a caminhada, conversei com
Karl Brandt, a quem eu admirava, sobre a solidão de Hitler e seu pesado fardo.
“Se eu já estou esgotado após minhas horas de trabalho aqui, e com as conversar
com ele, imagine então as enormes condições impostas a ele.”
“Não,” Brandt me interrompeu, “você
tem que olhar isso de modo diferente, Giesler. É óbvio que você está cansado
pelas discussões noturnas com o Chefe, mas é também óbvio que para ele , elas
significam uma relaxação completa. Ele ganha distância para refletir e novas
energias para tomada de decisões. Por isso é que você é muito importante aqui
agora.
Keitel e Jodl explicam
Eu jantei nos alojamentos e tive a
chance de poder conversar com o Marechal de Campo Keitel e com o General Jodl,
naturamente sobre a campanha da França. Eu queria ouvir sua avaliação.
“Bem, quando eu penso no passado, me
traz confiança,” Keitel disse. “Ele raramente fala sobre isso; ele estava
provavelmente inspirado pela coleção de mapas.
O que ele te apresentou, baseado em
mapas, eu só posso dizer que foi ideia dele, em todos os detalhes a ideia dele,
em todos os detalhes trabalho feito por ele. Somente ele foi o comandante da
campanha na França.”
Keitel continuou, “Quando ele
explicou, em janeiro de 1940, seu conceito a respeito da campanha ocidental, trabalhada
em todos os detalhes estratégicos, eu fiquei assombrado pela audacidade dele, e
tive que reconhecer a brilhante estratégia.” Jodl acenou concordando e
observou, “Nós ficamos muito perplexos quando ele colocou o plano na mesa,
completo com todos os detalhes!”
“Para a solução de ataque, ele
primeiro convenceu o Jodl, quando eu ainda não podia aceitá-la,” Keitel
comentou. “Eu perguntei a mim mesmo: vamos conseguir enganar os aliados a tal
ponto que eles iriam jogar o exército motorizado e unidades de tanques deles na
região da Bélgica/Holanda, a fim de bloquear a ação do Plano Schliefen? Eles
iriam considerar o avanço em Sedan somente como um ataque limitado e tático? Os
flancos para o ataque panzer poderiam ser completamente assegurados? Eu nunca
teria a coragem para uma operação tão audaciosa.”
“O General Schmundt disse mais tarde
que Manstein tinha os mesmos pensamentos. Suas ideias não foram aceitas e foram
recusadas pelo Chefe de Staff (Halder). Descobri isso em Janeiro e arranjei
para que Manstein pudesse apresentar suas ideias ao Fuehrer. Isso foi possível,
quando ele se reportou ao Fuehrer, após sua nomeação como General Comandante (Kommandierenden
General) em meados de Fevereiro de 1940.
“Nessa ocasião, o Fuehrer já tinha
planejado e se comprometido com os detalhes táticos além das operações
estratégicas – até os comandos que ele precisava para Eben Emael. Com uma
insistência incomparável, ele colocou adiante suas ideias estratégicas e todas
as medições táticas. Quando Manstein apresentou as suas ideias para uma campanha
de ofensiva, ele pode naquela ocasião confirmar o que o Fuehrer tinha intencionado.”
O Marechal de Campo Keitel e o
General Jodl foram enforcados em Nuremberg; General Schmundt foi vítima de um
assassinato em 20 de Julho. Mas o Marechal de Campo confirmou o que eu ouvira
dele em Winniza nas notas que ele deixara. O corajosa e inspirada estratégia da
campanha do ocidente foi explicitamente e absolutamente o trabalho de Adolf
Hitler; ele sozinho foi o comandante-em-chefe da Campanha na França.
Nota:
* Embora Keitel e Jodl se
declarassem inocentes, a corte de Nuremberg julgou-os culpados de todas as
acusações, e foram vergonhosamente enforcados em 16 de outubro de 1946, embora
eles tivesse solicitado que fosse executados por pelotão de fuzilamento, que era
o único método honroso para os oficiais. As últimas palavras de Jodl foram
“Minhas saudações a você, minha Alemanha!”. As de Keitel foram “Sigo agora os
meus filhos-todos pela Alemanha!”.Em 1953, Jodl foi declarado postumamente
inocente por uma corte alemã e o veredicto como sendo “um engano”.
Fonte: carolynyeager.net