Ein Anderer Hitler (Um outro Hitler) , de Hermann Giesler
Breve Biografia de Hermann Giesler, compilada por Carolyn Yeager
Hermann Giesler nasceu em 1898 de uma família de arquitetos. Ele entrou como voluntário no Exército Alemão em 1915, tornando-se tenente e terminou a 1ª Guerra Mundial como piloto. Completou seus estudos de Arquitetura na Academia de Artes Aplicadas de Munique após a guerra.
Giesler ficou impressionado com Oswald Spengler, com quem se encontrou em 1919 em um simpósio na Prefeitura de Munique.. Em 1923, casou-se e teve dois filhos. No começo de 1930, trabalhou como arquiteto autônom o, ganhando vários prêmios. Ele entrou para para o Partido Nacional Socialista (NSDAP) bem antes de 1933.]
Em 1937, obteve a cadeira de Professor, recebeu a medalha de ouro e o Grand Prix pelos seus desenhos arquitetônicos na Feira Mundial em Paris, e em 1938 foi designado para supervisionar todas as feiras da Alemanha na Feira Mundial de 1942 em Roma. Nesse ano, Adolf Hitler solicitou que ele fizesse uma reforma arquitetônica de Munique, assim como desenhar e construir sua residência particular em Obersalzberg.
Mais tarde, Giesler foi posto a cargo de planejar o projeto favorito de Hitler, a cidade de Linz. Ele trabalhou em um grande modelo para a área do Rio Danúbio, e em desenhos para o centro cultural, sobre o qual Hitler mostrou interesse especial.
Quando a guerra começou, ele foi promovido a Generalbaurat (uma espécie de Chefe Geral de Construções) e oferecido a tarefa de construção das obras relativas à guerra no Báltico (Lituânia/Letônia/Estônia). Em 1942-44 , ele foi o chefe da Organização Todt (OT), Grupo Norte e de 1944-45, chefe da OT Grupo VI (Bavária, Áustria Norte-Sul).
Giesler também escreveu sobre os atritos entre ele próprio e o outro arquiteto de Hitler, Albert Speer, durante 1940-42. Começou com o controle dos materiais, mão-de-obra e construção por parte de Speer e terminou com Speer trabalhando por trás de Giesler, na tentativa de tomar conta do projeto de Linz. Giesler chamou Speer de o “César Bórgia do Século 20”.
Giesler tornou-se prisoneiro de guerra em 1945 e preso por dois anos em Landsberg, a mesma prisão em que Hitler ficou em 1924. Depois, foi processado como criminoso de guerra, recebendo pena perpétua de trabalhos forçados. Considerado suficientemente “desnazificado” em 1952, foi libertado, tendo depois aberto seu próprio negócio.
Publicou suas memórias sobre suas relações pessoais e de arquitetura com Hitler em 1977, morrendo em 1987.
A seguir, a primeira parte do livro, “Com Hitler em Paris”.
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Ein Anderer Hitler por Hermann Giesler: Paris
Com Adolf Hitler em Paris
Tradução e Comentários em Inglês por Carolyn Yeager e Wilhelm Mann do Livro Ein Anderer Hitler (Um outro Hitler) por Hermann Giesler, Druffel Verlag, Leoni am Starnberger See, 6ª edição, 1982.
Copyright 2008 Carolyn Yeager
Introdução dos Tradutores:
Por todo esses anos, desde 1939, historiadores e escritores de várias inclinações políticas – alguns com reputações e/ou pesquisas questionáveis – tem caracterizado Adolf Hitler com inúmeros pontos negativos: ignorante, instável, ostentoso, psicopata; sofredor de doenças que afetavam seu cérebro; pervertido sexual; um meio judeu que odiava a própria raça; um fracasso de vida tentando obter vingança de uma sociedade que o rejeitara. As sombrias caracterizações do Fuehrer por essas pessoas parecem não ter limites, equilíbrio ou decência.
Existiu um Hitler diferente? Poderemos encontrar eviedência crível que possa corrigir a propaganda desses pseudo historiadores? E qual prova bastaria para convencer o homem ou a mulher comum de que o objetivo de Hitler não era a dominação ou escravização do mundo, e sim estabelecer justiça e honestidade para os alemães e contruir uma grande Alemanha dentro de uma Europa não unificada e anti-comunista?
Houve muitas pessoas que o conheceram e foram próximas a ele, alguns até diariamente – que escreveram livros dizendo uma história bem diferente. Nicolaus von Below, secretário de Hitler na Luftwaffe de 1937 a 1945 (no livro At Hitler´s Side, Ao Lado de Hitler, 2001), escreveu que Hitler não era arrogante nem teimoso, mas poderia ser convencido a mudar de ideia se fossm oferecidos bons e claros argumentos.
Entre outros que estiveram com Hitler até o fim, e puderam viver para contar, foram Hans Bauer, seu piloto pessoal (I flew with the Mighty of the World, Eu voei com o Todo Poderoso do Mundo, 1957); Rochus Misch, seu guarda pessoal (The Last Witness, A Última Testemunha, 2008); duas das secretárias de Hitler: Christa Schroeder (He was my Chief, Ele foi meu Chefe, 1985) e Traudel Junge (Until the Final Hour, Até a Hora Final, 2002). Todos descrevem um Adolf Hitler que era atencioso, correto e mesmo um empregador bondoso, com personalidade calma e agradável, que raramente, se em alguma vez, levantava sua voz. Nenhuma destas testemunhas teria razão para mentir; na verdade, elas tinham toda a razão para dizer o contrário, pois todos têm sido acusados de dizer falsidades ou de estarem do lado contrário dos vigilantes da história politicamente correta.
Além destas fontes que falam do “Hitler o Empregador”, há um livro pouco conhecido, publicado em alemão em 1982 por Hermann Giesler, o amigo e confidente arquiteto de Adolf Hitler, que revela um homem que podemos chamar de “Hitler o Artista”. Como estudante de artes e arquitetura, Adolf Hitler tornou-se muito interessado no planejamento e construção de cidades. Um homem cujas ideias era abrangentes e construtivas, cujo conhecimento de arquitetura era vasto e gosto apurado.
Em seu livro fascinante, Ein Anderer Hitler, Giesler nos conta suas trocas de ideias pessoais com o Fuehrer, com relação a planos de arquitetura para as cidades de Grossdeutschland ( A Grande Alemanha) – Berlim, Munique e Linz - e com relação a visões pessoais sobre a psicologia de Hitler. Este artigo vai se limitar ao capítulo entitulado “Adolf Hitler em Paris” , um testemunho da famosa visita do Fuehrer a Paris na véspera do armistício da França com a Alemanha, depois da vitória alemã na Batalha da França.
Giesler inicia no momento em que foi parado pela polícia em 22 de junho de 1940, em seu caminho para uma área em construção perto de Viena, e depois em direção ao aeroporto desta cidade. Lá, ele embarcou em um avião Ju 52 para descer em uma pista no norte da França. Depois, um transporte o levou para o quartel-general de Adolf Hitler em Bruly de Peche, ao norte de Sedan (Foi em Sedan que foi travada em 1/09/1870 a Batalha de Sedan, durante a Guerra Franco-Prussiana, onde os alemães tiveram um vitória decisiva e capturaram Napoleão 3º e 1000.000 prisoneiros- Nota do Editor)
O armistício estava determinado para iniciar no dia seguinte, à meia-noite. Quandro frente a frente, Hitler não perdeu tempo em comentar com Giesler sobre sua vitória e seu desejo de ver Paris sem mais demora.
“Tudo bem, Giesler, naquele momento você não poderia ter sabido, mas eu tinha certeza da minha estratégia, os necessários detalhes táticos, e minha confiança no poder de fogo das forças alemãs. Com tudo isso, o cronograma planejado fluiu naturalmente. Eu me lembrei que durante o inverno, eu o tinha convidado para ir comigo a Paris; pedi a Breker e Speer que venham também. Com meus artistas, eu quero olhar Paris. Iremos voar logo cedo pela manhã.”
Arno Breker was o escultor preferido de Hitler, e Albert Speer, um de seus arquitetos de confiança. Naquela noite, Hitler, seu staff militar e ajudantes de campo, seus três artistas, fizeram um jantar simples em duas grandes mesas em uma choupana. Giesler explica:
Não houve qualquer atitude de menosprezo, qualquer vozes altas – apenas serena dignidade. Os rostos daqueles líderes responsáveis ainda carregavam o estresse de semanas anteriores. Eu me considerei indigno da glória de sentar junto a eles.
Eles voaram às 4 da manhã no avião do Fuehrer e pousaram no aeroporto de Le Bourget, ainda na escuridão, onde carros já os aguardava. Speer, Breker e Giesler, juntamente com os oficial da SS, Schaub e o oficial de ordens, Coronel Speidel, entraram no carro com Hitler. Giesler escreve:
O carro do ex-adido militar em Paris seguia à frente de nós para nos guiar. Com os farois baixos, podíamos ver os contornos dos edifícios. Passamos por barricadas – os guardas saiam delas e nos saudavam; dá para ver que o armistício ainda não estava imperando. Adolf Hitler estava sentado na minha frente e eu relembrei a noite do último inverno, quando ele falou sobre Paris, sua confiança de que ele veria a cidade em breve. Agora seu desejo estava sendo realizado. Mas ele não chegou a Paris como Supremo Comandante da Wehrmacht (Nome do conjunto das Forças Armadas da Alemanha, englobando o Exército, Marinha, a Força Aérea (Luftwaffe) e as tropas especiais Waffer-SS – Nota do Editor) – ele chegou como o “Bauherr” (chefe de construção) das cidades alemãs que ele já as visualizava com suas novas aparências. Ele veio para comparar as arquiteturas, para sentir a atmosfera da cidade na companhia de seus dois arquitetos e um escultor, mesmo sendo escoltado militarmente – soldados que certamente tinham ganho o privilégio de ver a capital da França com ele.
Giesler teve a impressão que o itinerário que tomaram havia sido cuidadosamente planejado. O primeiro lugar escolhido fora o Imperial Opera House (Teatro Imperial de Ópera), desenhado pelo arquiteto Garnier. Como Hitler queria ver a fachada à luz do sol, eles entraram logo em seu interior. Embora já houvesse um guia orientando, o próprio Hitler comandava o caminho, indicando os partes importantes do edifício.
Giesler diz:
Poderia ter sido que o contraste do ambiente simples do quarter-general de Hitler no pequeno vilarejo de Bruly com este magnífico panorama do Império do passado, tenha aumentado a impressão que causou. Até aquele dia, eu somente tinha ouvido falar da fachada do Opera e fiquei surpreso de ver o conceito nítido da planta básica, e impressionado pelo arranjo das espaçosas salas: os salões de entrada, a generosa escadaria, os foyers e o esplêndido, reluzente sala de teatro dourada. Nós estávamos de pé em um camarote no centro. Adolf Hitler estava fascinado – proporções excepcionalmente belas, maravilhosas, e que deleite! Era um teatro com detalhe especial, indiferente ao seu esplendor da “Belle Epoque” e com abundante estilo barroco. Hitler repetia em dizer que sua maior importância estava na suas belas proporções. “ Eu gostaria de ver a sala de recepções, o salão do presidente atrás do proscênio (Parte do palco adiante do cenário, junto à ribalta),” disse Hitler. Aconteceu um caminhar para lá e para cá. “De acordo com a planta de Garnier, ele deve estar por aqui.” O guia ficou a princípio desorientado, mas depois se lembrou de que após a reforma, a sala tinha sido removida. Hitler observou, “A república democrática não favorece seu presidente com sua própria sala de recepções.”
Caminhando pelos foyers, eles retornaram pela escadaria em direção à entrada frontal para uma primeira vista da famosa fachada sob a luz do sol.
Fonte: carolynyeager.net
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