domingo, 25 de dezembro de 2011

DECISÕES FATAIS: Invasões da Polônia e Rússia Soviética

Ein Anderer Hitler por Hermann Giesler

DECISÕES FATAIS:
Invasões da Polônia e Rússia Soviética
Tradução do Alemão para o Inglês e Comentários por Carolyn Yeager e Wilhelm Mann
 Do livro Ein Anderer Hitler, Druffel Verlag, Leoni am Starnberger,6ª edição 1982.
Copyright 2010 Carolyn Yeager
Introdução dos tradutores: Após a tentativa de assassinato de 20 de Julho de 1944, e a enorme atenção dada à investigação e inevitáveis prisões e julgamentos dos conspiradores-traidores, era natural que houvesse um período de reflexão. Durante o outono, H. Giesler continuou a se encontrar com Hitler, quando o tempo o permitia, a fim de trabalhar com os planos de construção das cidades que eram tão queridas para o líder alemão. Como sempre, Hitler confiava a ele muitos de seus pensamentos, conclusões e preocupações com a guerra e a razão por trás de suas decisões. O relato de Giesler segue abaixo sem comentários , mas nós adicionamos alguns textos e fotos para ilustrar o “background”  e o contexto do que fora discutido.

O pacto de Hitler com Stalin
Os temas de minhas conversas com Hitler à noite no outono de 1944 resumiam-se basicamente no meu papel de construtor de cidades. O envolvimento com estes assuntos ajudava Hitler a relaxar e, ao mesmo tempo, dava a ele oportunidade para determinar a futura forma destas cidades de um ponto de observação único.  Suas interpretações, ideias e sugestões eram significantes e foram integradas no meu planejamento.
Contudo, estas conversas noturnas não estavam sempre confinadas a assuntos técnicos de arquitetura e construção. Às vezes, estes temas eram colocados de lado por outros acontecimentos graves, políticos e militares. Uma “Lage” (reunião de planejamento militar) podia também levar Hitler a reações e reflexões expressas com muita sinceridade, assim me tornando seu confidente.
Em uma noite, ele conversara sobre o começo da guerra, indicando quais pensamentos o tinham levado em Agosto de 39 para o pacto com Stalin. Ele queria evitar o possível cerco da Alemanha, e via o acordo com a última chance de, pacificamente, resolver os problemas do Corredor e de Dantzig (1).
Por anos, disse ele, ele vinha tentando bastante convencer a Polônia a respeito de uma União Europeia. Fazia muito sentido que a Polônia devesse participar em muro de defesa contra o bolchevismo. Todas as divisões polonesas, continuou ele, significaria fortalecer o poder militar contra não somente um possível, mas já significantemente óbvio ataque do bolchevismo contra a Europa. Mas as pessoas responsáveis por Tratado de Versalhes foram capazes de magistralmente colocar uma cunha quase invencível entre a Alemanha e a Polônia – a Cidade de Dantzig e o Corredor!” Que a Polônia teria que ter um acesso livre para o Mar Báltico era para Hitler evidente. Ele, portanto, tentou obter um acordo nesta linha, e acabar com a tensão negativa que havia entre as duas nações. Não era de nosso interesse compartilhar fronteiras com a Rússia Soviética – e quando ele assinou um acordo com Marechal  (Josef) Pilsudski, ele viu algum valor nisso.
Marechal Jozef Pilsudski, mostrado aqui em 1930 , cinco anos antes de sua morte, tinha a visão de uma Polônia Heroica. Ele insistia não somente na independência polonesa, mas que a Polônia deveria ser reconhecida em igual nível ao das Grandes Potências, como o estado líder que representava a Europa Oriental. De 1914 a 1939, suas ideias foram a influência definitiva no desenvolvimento da Polônia, mesmo que Pilsudski fosse de descendência lituana.
Pilsudski viu a 1ª Guerra Mundial como uma oportunidade de ganhar território para uma nova República Polonesa. Em 1917, ele trocou seu apoio para a Alemanha para passar a apoiar as forças aliadas, exigindo um exército nacional polonês completamente independente e corte de todos os laços que fazia a Polônia dependente dos Poder Centrais.
Os poloneses ficaram extasiados com a rendição da Alemanha e no processo de paz, suas demandas eram exorbitantes. Ao passo que eles não conseguiram tudo o que pediram, ele ganharam mais do que tinham direito, tornando improvável uma paz duradora entre as áreas de fronteira de Alemanha e Polônia. Entre 1918 e 1924, a opressão polonesa da etnia dos alemães que viviam na antiga Prússia Ocidental, levou 400.000 deles para a decisão extrema de deixar seus lares e cruzarem a nova fronteira mais ao oeste para uma Alemanha agora menor. Ao mesmo tempo, a nova República Polonesa ficou a deriva sob seus governos democráticos, sem progresso econômico. Em maio de 1926, Pilsudski, de mentalidade mais autoritária, liderou um golpe de governo contra o regime existente e após uma rápida guerra civil, tomou controle, sem , contudo, ter um apoio popular grande.
Com o desejo de manter a independência da Polônia, Pilsudski assinou um Pacto Soviete-Polonês de Não Agressão em 1932 e um Pacto Polonês-Germânico de Não Agressão em Janeiro de 1934 com Adolf Hitler. Hitler queria uma aliança polonês-germânica contra a União Soviética , mas Pilsudski declinou, preferindo estar preparado para uma guerra potencial com a Alemanha ou com a União Soviética, e ainda mantido viva a amizade com França e Inglaterra como apoio. Contudo, ele avisou que a porta sempre estaria aberta para conversações com Alemanha, que os seus sucessores apontados (Beck, Ridz-Smigly) não seguiram.
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Mas as declarações de Pilsudski para seu povo sucumbiram frente as promessas e agitação chauvinista dos Aliados. Até Março de 1939, Hitler esperava chegar a um acordo com a Polônia ou até mesmo assinar um pacto de amizade, mas a Declaração de Garantia de Chamberlain considerava isso como sem esperança. A Polônia estava no campo do Ocidente. Ele (Hitler) via um acordo com a Rússia como a única chance de evitar o cerco pelas Potências Ocidentais.
Os diplomatas ingleses já tinham tentado fortalecer esse cerco, tentando ter o apoio da Russia. Hitler estava ciente que os problemas poloneses, agora já uma ameaça aberta, não poderiam ser resolvidos sem a Rússia. Contudo, ele tentou uma vez mais chegar a uma solução razoável. Sua oferta para o governo polonês não era apenas magnânima, mas chegava ao limite que a Alemanha poderia suportar. Apenas ele poderia fazer tal oferta, desejando a paz com honestidade no coração, adversa aos interesses legítimos do povo alemão.
Contudo, os poloneses agitaram os fazedores de guerra e persistiram com as injustiças do acordo de Versalhes. Eles sentiram protegidos pela insensata Declaração de Garantia da Inglaterra e França. Hoje, Hitler está convencido de que Stalin está fazendo um diabólico jogo duplo – costurando um tratado conosco e ao mesmo tempo piscando os olhos para as Potências Ocidentais.

Por que o consenso falhou
Nosso tratato com Stalin não motivou os poloneses a ceder a um acordo pacífico do problema de Dantzig e do Corredor. Além disso, devido às contínuas provocações e perseguições das minorias alemãs por parte da Polônia em consequência dos ditames de Versalhes, a guerra ora inevitável não poderia ter sido restringida pelo acordo russo-alemão.
Já naquele tempo, ele sentia as correntes de reações como reais – não somente as conexões militares, como também as diplomáticas e as da igreja. Mas ele não percebeu até que ponto a vilania daquela ralé da população alemã pudesse ser capaz. A intenção do comportamento malicioso, combinada com a tolice e total juízo errôneo da situação mundial na época, apareceria mais tarde – revelada pela tentativa de assassinato.
Até o último grande desprezo da proposta pela liderança polonesa no final de agosto de 1939, ele não poderia imaginar que eles deixariam chegar a uma guerra. Deliberações mais sóbrias teriam levado os poloneses para as seguintes conclusões:
1) A reinvindicação alemã por Dantzig é justa, pois ela é uma cidade alemã.
2) O acordo para a questão do Corredor é necessário e o pedido de um plebiscito é correto.
3) A oferta do plebiscito para um acordo final e pacífico representa o limite máximo do que pode ser esperado da Alemanha.
4) Após a assinatura do tratado russo-alemão, não haveria esperança para a situação militar da Polônia.
5) A Declaração de Apoio da Inglaterra não mudaria nada, nem o faria qualquer garantia adicional de Inglaterra e França. Ficando entre as duas grandes potências, Alemanha e Rússia, Polônia seria esmagada em poucas semanas.
Algo mais fez a Polônia deixar estes fatos de lado e a encorajou a permanecer na sua atitude. Ou uma perfídia dos ingleses, que tenha feito os poloneses a se arriscar a uma guerra, ou uma segurança inglesa de um colapso no regime: a remoção da ameaça de guerra por um pequeno círculo dentro da Alemanha, seguido de um golpe.
Várias suposições poderiam explicar o seguinte –
O reacionário (Alemão) : “Se vocês permanecerem duros, vamos nos livrar dele.”
O Inglês:        “Isto é como acabamos com a Alemanha e os nazistas, usamos os polonês.”
E os poloneses:       “Sim, se é assim, em algumas semanas estaremos em Berlim.”
Quando Inglaterra e França declararam guerra em Setembro de 1939, não era a Polônia que as preocupavam. A Declaração de Garantia deu a elas a meta que elas almejavam:
Uma guerra entre as nações europeias, que encaixa exatamente com a profecia de Lenin. Como a guerra com a Polônia era inevitável, Stalin a usou para limpar a fronteira ocidental soviético – após termos conquistado a Polônia, Stalin sem esforço acabou com o resto e depois liquidou mais de 10.000 oficiais e líderes na floresta de Katyn.

A escolha do momento e a tática Russo-Soviética

Os relatórios da brutalidade polonesa contra as minorias alemãs no Corredor e nas áreas fronteiriças tinham chateado muito a Hitler. Um pouco antes e um pouco depois do começo das batalhas, as pessoas eram reunidas e espancadas até a morte. Mais minorias alemãs (Volksdeutsche) eram espancadas e torturadas até morrerem do que os soldados alemães que morreram durante as lutas regulares. Isto acabou influenciando sua atitude em relação aos poloneses.
Hitler então conversou novamente sobre o acordo russo-germânico. Esse tratado protegia nossas costas; seríamos capazes de ganhar tempo. Mas Stalin, também, precisava ganhar tempo quando ele assinou o pacto conosco. Pela sua Declaração de Garantia, a Inglaterra tornou impossível todo acordo racional de paz e queria a guerra. Stalin, também, buscou a guerra sem estar envolvido logo no começo. Perturbação dentro da Europa e a fraqueza da Alemanha era o que queria – e pelas suas jogadas de xadrez, via-se que ele nos queria por demais envolvidos na guerra e Russia obteria a vantagem.
Esses eram os velhos czaristas, agora de Lenin-Stalin, os objetivos políticos: pela partição da Polônia, os sovietes fincariam o pé no Ocidente. Enquanto nós estávamos com nossas forças no Oeste, eles anexaram os estados bálticos, ocuparam a Bessarábia e o Bukovina do Norte (ao nordeste da Romênia); eles não tinham escrúpulos, eles tornaram esferas de interesse em anexações.
Após a campanha francesa, Stalin certo pensou que nós iríamos contra a Rússia. Stalin ficou esperando, o tempo estava a favor dele, e esse “tempo” era o gigante continente Russo-Asiático. Nós não tínhamos nada- nem o tempo e nem o espaço. E ambos estão decisivamente interconectados.
Stalin – não, Rússia desde Pedro o Grande! – queria ainda mais território. Ela quer os países dos Balcãs (Península dos Balcãs, onde ficam Albânia, Bulgária, Grécia, Croácia, etc.). Rússia quer a Bulgária como “esfera de interesse” – e daria a ela o acesso ao Mar Egeu. Ela quer bases nos Dardanelos (estreito no noroeste da Turquia, ligando o Mar Egeu ao Mar de Mármara).
As demandas de Stalin agora eram da Finlândia ao Mar Egeu, como base para a revolução mundial bolchevique – ou era esses os objetivos do velho imperialismo russo com  Pedro o Grande? Se Hitler tivesse concordado com o que Molotov tinha pedido em nome de Stalin, ele teria traído a própria Europa.

O futuro político da Europa
O destino do Ocidente (Abendland) estava em jogo – Spengler tinha profetizado nos anos 20 a sua desintegração e delínio  (no seu livro O Declínio do Ocidente). Ele (Hitler) considerava sua tarefa conquistar o povo alemão, e oe europeus para uma forte revolução social. Ele planejava arruinar o desejo de Lenin e de seus sucessores de bolchevizar a Europa com apoio da Ásia. Ele queria evitar que o Ocidente afundasse diante dos vários tipos de Marxismo. Uma reconstrução social somente poderia acontecer com a estrutura de uma nação forte, a união das pessoas e não através do marxismo internacional que divide e incita à luta das classes sociais. Um socialismo baseado no Marxismo divide a nação completamente, pois ela destrói a única e possível via para o pensamento social.
Nós temos visto onde esta divisão leva: do apequenhamento dos sociais democratas, Independentes e todo o caminho livre para os Comunistas. Mas exatamente o mesmo se aplica aos erros do Liberalismo. Ambos não podem ser a expressão do nosso século; seria um relapso pior do que durante o domínio dos Bourbons. Somente a síntese de uma nação e do socialismo quer dizer algo para nós e para nosso século.

Stalin de Grã-Bretanha desestabilizam os Balcãs.
Adolf Hitler continuava a falar. Ele dizia: Por detrás das duras e frias demandas de Stalin, expressas por Molotov durante sua visita a Berlim em novembro de 1940, estava uma óbvia ameça militar cada vez maior para nossa fronteira oriental – a fronteira oriental da Europa. No começo, 150 divisões russas encararam um pequeno grupo de forças alemãs. Os exércitos de Stalin poderiam cortar-nos a qualquer momento de todos os materiais necessários para continuar com a guerra. Por isso, ele estava em situação favorável para esperar,rearmar e negociar com as Potências Ocidentais.”
Tivéssemos estado muito mais envolvidos em uma gerra com a Inglaterra, o preço de Stalin seria muito mais alto – um preço que Hitler não queria pagar. Era diferente com os Aliados – qualquer preço, que o resto da Europa teria que pagar – teria sido aceito pelos gangsters ocidentais. Nas suas cegueiras, eles reconheciam apenas um objetivo: a destruição da Alemanha – a França com as ideia de Richelieu, os britânicos com a política do equilíbrio de poder, os demais com o ódio sem sentido!
Quando não atacamos a Inglaterra – porque o bom senso e a responsabilidade europeia nos proibia – Stalin começou a tentar a dissolver os países dos Balcãs. Ele tentou incitar um golpe de estado que iria levar a uma situação caótica na Romênia; as condições o favoreciam, porque a Itália colocava os Balcãs em inquietação. Novas áreas de guerra deveriam ser desenvolvidas para dividir nossas forças.
Quando (Hitler) tentou bastante conquistar os Balcãs para uma Europa comum – ou pelo menos para acalmar e neutralizar – os italianos atacaram a Grécia sem nos informar. Uma aventura sem sentido! Ele confrontou esta loucura quando chegou a Florença após as desapontadoras reuniões em Hendaye e Montoire.
Os italianos não podiam nem mesmo sustentar sua própria Cirenaica! O ataque a Grécia não teve sucesso não por causa do tempo desfavorável, e sim por causa da corajosa defesa dos gregos. Naturalmente, tem que se considerar que o ataque italiano foi iniciado devido ao menosprezo e quebra da neutralidade por parte da Grécia.
Uma típica infâmia inglesa vigiava tudo por detrás: para expandir a guerra, para criar um novo palco de guerra e tirar a atenção do império da ilha, a Inglaterra desembarcou tropas em Creta e , ao mesmo tempo, no território grego – quase 70.000 soldados  da suas unidades de elite.
A princípio, ele (Hitler) pensou que a decisão de Mussolini de atacar Grécia tinha suas origens nas reminiscências do Império Romano, mas hoje ele entende que havia intenções do astuto Ciano. Ele nunca confiou nele e está convencido de que a decisão fatal feita pelo Duce foi influenciada pelo seu ardiloso nepotista. Ele agora deve temer que a Iugoslávia, pressionada por Inglaterra e Rússia, ira desempenhar o papel que Tchecoslováquia uma vez teve. Ele agora está aliviado por ter sido capaz de assinar um tratado na primavera de 1941, esperando que poderia proteger seu flanco setentrional.
Acabou ocorrendo diferente- alguns dias depois, ocorreu o golpe em Belgrado. Aí de novo, embora disfarçado, o esforço combinado da liderança russa e inglesa ajudaram nesta revolta. O governo iugoslavo fora derrubado e suas forças mobilizadas contra a Alemanha.
Como fora necessário em 1940 proteger nosso flanco setentrional até o Cabo Norte (Noruega), por razões de matéria-prima, ele agora tinha que assegurar o flanco meridional, contra suas intenções, pela mesma razão. Os Balcãs tornaram um novo teatro de guerra para nós – uma nova frente emergirá. Tropas e forças estavam engajadas; mortes de homens e perda de material ocorriam; valioso – sim , tempo muito decisivo – tinha passado. Nós iríamos sentir isso amargamente.
Neste ínterim, começara a prontidão ameaçadora das divisões do exército russo nas fronteiras alemãs e romenas. Não era permitida nenhuma hesitação. Nosso ataque preventivo encontrou o exército soviético pronto para a batalha. Nosso ataque não surpreendeu a liderança soviética. Pelo contrário, nós ficamos surpresos pela disposição das forças russas, a força da sua artilharia e especialmente pela sua enorme quantidade de tanques; o robusto e já provado T34s.
Com esse ataque, não somente a guerra em duas frentes, que ele tentava evitar, iniciavam-se batalhas por todos os lados. Ele sempre expressara a opinião de que nunca se deveria envolver em tal situação. A campanha russa de Napoleão era antevista, ameaçadora e aterrorizante, na frente seus olhos. “Vocês não duvidem de que eu cuidadosamente considerei todas as fases e acontecimentos com que Napoleão teve que lidar na Rússia,” Hitler disse. “Por que então, ainda, nosso ataque? Estávamos condenados a esta luta, era nosso destino. O que nós ainda poderíamos decidir por nossa conta era quando atacar. Mas até mesmo a escolha de nosso momento mais favorável não dependia de nossa decisão.
“Especialmente, após a crise nos Balcãs e a ameaça russa, não havia mais esperança  para atacar a ilha inglesa; atacar Inglaterra e Gibraltar estavam bloqueados para nós. Suez teria feito sentido apenas com a conexão com Gibraltar.
“O tempo estava contra nós. Por todos os meios, nós tínhamos que tentar evitar uma guerra prolongada. Quando a Inglaterra colocou todas suas esperanças no Exército Vermelho, para nós somente uma possibilidade restava; eliminar o Exército Vermelho e forçar as Potências Ocidentais para um acordo de paz, antes de ocorrer a interferência dos Estados Unidos, com todas as suas consequências. A fim de evitar uma guerra em muitas frentes, o Exército Vermelho tinha de ser vencido dentro de um determinado tempo.”
Um outro ponto de vista tinha influenciado sua decisão: era igualmente importante para a Alemanha e o futuro da Europa confrontar a ameça bolchevique. Nós não poderíamos nos confinar apenas na defesa do território alemão. Somente por meio de um ataque preventivo, poderíamos ter sucesso em levar a cabo a campanha nas vastas regiões da Rússia.
Não havia dúvida de que seria uma batalha para existir ou não existir. Esta batalha poderia ser somente feita com uma unidade sólida e a firme vontade do povo alemão. “Eu repito o que disse no começo da guerra.” Hitler continuou. “Se nós adquirirmos esta solidariedade e força de vontade, nossa unidade deverá superar todos os perigos.” Mas na solidariedade, eu julguei mal. Eu subestimei os reacionários. Os traidores nunca reconheceram o significado e o destino desta batalha para a Alemanha e para a Europa.
Notas:
1) O Corredor de Dantzig era o pedido de Hitler para uma ponte entre o território polonês para conectar com a Alemanha, na sua província sem acesso ao mar da Prússia Oriental.
2) Os 14 pontos de Wilson determinavam a auto-determinação dos povos vivendo nos territórios disputados, mas isto não era aplicado aos alemães..
3) O Marechal Jozef Pilsudski assinou um acordo de paz de 10 anos com Hitler em 1934 – o Pacto Polonês-Germânico de Não Agressão.Pilsudski era um lituano étnico de uma família aristocrática. Quando jovem, ele se envolveu com políticos radicais socialistas contrários às autoridades csaristas, até mesmo executando ataques a bancos e trens para levantar fundos a um exército revolucionário. Depois de 1918, ele lutou contra os bolcheviques russos e tornou-se líder da recém formada Polônia. Morreu em 1935.
4) Para manter as portas abertas para conversações com a Alemanha de Hitler.
5) Pacto de Não Agressão de Molotov-Ribbentrop de 23 de agosto de 1939
6) O golpe fracassado de 1944 – Operação Valquíria
7) O embaixador polonês Lipski não cumpriu com o ultimato que Hitler havia proclamado. Lipski estava agindo por ordem do seu ministro das relações exteriores, Coronel Beck, que era apoiado pelo governo britânico.
8) Um voto direto de todo o eleitorado para determinar a preferência de governo- Alemão ou Polonês.
9) Cardeal Richelieu queria que a França fosse o poder dominante da Europa. A política de equilíbrio de poder da Grã-Bretanha queria evitar qualquer país único de dominar a Europa.
10) Hitler se encontrou com o General Franco em Hendaye a fim de persuadi-lo a juntar-se à Alemanha na guerra, ou pelo menos apoiá-lo no esforço de tomar Gibraltar. Franco recuou, o que deixou Hitler muito chateado. Ele ficara desapontado. Seu encontro com Marechal Petain em Montoire fez estabilizar a relação com o Governo de Vichy.
11) Conde Galeazo Ciano era o genro de Mussolini, e foi mais tarde incriminado e enforcado por alta traição.
12) Mesmo que ele tivesse recebido o momento certo da invasão por diferentes fontes, tais como Sorge em Tokio e da inteligência britânica, o desconfiado Hitler não colocava fé nisso e preferia ajustar seus planos de ataque.


*******************Próximo Post : A Oferta Final de Hitler à Polônia de Josef Beck***************

sábado, 3 de dezembro de 2011

Esta é a 2ª e última parte de Adolf Hitler em Paris. Nesta, há um descrição de vários lugares famosos de Paris e , desta forma, possui várias imagens.



Ein Anderer Hitler por Hermann Giesler: Paris  - CONTINUAÇÃO
Com Adolf Hitler em Paris
Tradução e Comentários em Inglês por Carolyn Yeager e Wilhelm Mann do Livro Ein Anderer Hitler (Um outro Hitler) por Hermann Giesler, Druffel Verlag, Leoni am Starnberger See, 6ª edição, 1982.
Copyright 2008 Carolyn Yeager

Lentamente, em um grande giro, passamos de carro pelas fontes e os obeliscos de Luxor em La Concord (Praça da Concórdia). Adolf Hitler de pé em seu carro olhava todo ao seu redor. Ele mirava a grande praça em direção ao Tuielleries , Louvre, o Rio Sena e o edifício Chambre des Deputes (Câmara dos Deputados) (N.E.: O jardim des Tuilleries está localizado entre o Sena e a Rue de Rivoli e é limitado a oeste por La Concord e a leste pelo Museu do Louvre).
No início dos Champs Elysees, ele pediu para parar. Olhando em direção aos muros do Almirantado, ele podia agora ver, através do pequeno espaço da Rue Royal, o frontão da coluna de Madelein – efetiva agora realmente.
Hitler demorou para absorver tudo aquilo. A seguir, após um leve sinal com a mão, seguimos lentamente pelo Champs Elysees em direção ao Etoile com o seu imponente Arc de Triomphe. Analisando criticamente, olhou para a construção da avenida, que ele podia ver pelas ruas cercadas de árvores ao redor do balão que circulava o Arco. Toda sua atenção se concentrou então para o próprio Arco e como que o acesso que cercava a área do Etoile havia sido resolvido. Ele deu uma rápida pincelada com  os olhos nos relevos à direita e à esquerda do Arco ( ele incorporam os pathos – sentimentos - da Marselhesa) e as inscrições talhadas (os franceses nunca esqueciam nenhuma de suas batalhas vitoriosas). Ele sabia de todos os detalhes da literatura descritiva.

Giesler nos diz que Hitler compartilhou seus pensamentos sobre esta experiência em particular. Hitler teria dito,

“A extensão luxuosa de La Concord impressiona naturalmente desde a praça que se estende do Jardim Tuilleries ao Louvre, e sobre a parte do Sena até o caminho aos ministérios e a Câmara dos Deputados. Opticalmente, ela também abrange a expansão  em direção a Madelein e o grande espaço aberto no início do Champs Elysees. De uma perspectiva pessoal, é quase sem limites. Bonita era a vista da Concord, com  suas fontes e obelisco no primeiro plano, em direção ao Almirantado, a Rue Royal com a Madelein no último plano.

Do Etoile, eles se dirigiram para o Embarcadero, com a vista para o colosso do século 19, a Torre Eiffel,  do outro lado do Sena, desde o grande terraço do Palais Chailot. Além, o Campo de Marte se estendia , com a Ecoile Militair no final. Giesler diz que eles debateram muito sobre este ponto, o qual ele descreve em um versão resumida:

Adolf Hitler me disse que ele considerava a Torre Eiffel não apenas um início de um novo padrão de construções, mas também o começo de uma espécie de engenharia civil tectônica (N.E.: aquela que lida com enormes construções).
“Esta torre não é apenas sinônimo de Paris e da Feira Mundial da época, mas ela é, ou talvez não ainda, um exemplo do classicismo, e ainda para início de uma nova época.” Ele quis dizer a época de uma nova tecnologia com metas e dimensões completamente mudados (Groessnordnungen), naquela época desconhecida. Seriam pontes de grande extensão, edifícios  com grandes dimensões verticais , os quais devidos a exatos cálculos de engenharia , poderiam ser usados como estruturas estáticas. Mas apenas com a coordenação entre engenheiros, artistas e arquitetos, Hitler poderia ver a possibilidade da apropriada criatividade. O Classicismo, o qual almejamos, pode ser somente alcançado pela engenharia tectônica, que exige novos materiais – aço e concreto reforçado sendo absolutamente necessários.

Giesler diz que muitas vezes passava a ficar contemplando sobre isso e várias vezes depois, ele teve a oportunidade de discutir com Hitler sobre suas ideias a respeito do “mundo da tecnologia” e suas formulações eram muito claras. A seguir, no caminho do Sena para a Ecole Militaire:

Paramos em um monumento de um general francês da guerra de 1914-1918, que tinha uma inscrição que insultava os soldados alemães – muito de mau gosto. Hitler ficou irritado, esperou o outro carro, que o acompanhava, parar, virou-se para os militares e ordenou que eles providenciassem que aquilo fosse explodido. Em homenagem ao General Keitel, que viajava conosco, visitamos a Corte de Honra da Ecole Militaire. Depois, chegamos ao ponto alto de nossa viagem – pelo menos para mim.
No domo dos Invalides, Adolf Hitler ficou bastante tempo com o rosto abaixado na borda da cripta, fixando os olhos no sarcófago de Napoleão. Fiquei do seu lado esquerdo, não por coincidência, mas porque ele puxou-me para seu lado. Baixinho, ele disse para mim, “Giesler, você irá construir o meu túmulo, conversaremos sobre isso mais tarde.”
Quieto e pensativo, ele deixou o domo; ficamos a alguns passos dele. No portão de fora, Hitler se voltou e disse: “Bormann, eu quero que Herzog von Reichsstadt  seja trazido de volta a Paris.”

Herzog, filho de Napoleão com sua segunda esposa, a Princessa Austríaca Marie Luise, foi mantido em Viena e educado lá. Morreu em 1832 com a idade de 21 anos no Palácio Schoenbrunn em Viena e foi enterrado na tumba dos Habsburgs, a  “Kapuziner Gruft”. A exumação do corpo de Herzog von  Reichsstadt de seu lugar de enterro na Áustria para a cripta de seu pai em Paris foi uma das atitudes pouco conhecidas e raramente faladas de Hitler por mostrar respeito pelo povo e pela cultura francesa.

Agora nos dirigimos para um palácio da cidade de boas proporções , onde ficamos um pouco. Lá seria a futura embaixada alemã. Hitler deu ordens para que houve uma reforma cuidadosa com a assistência de conservadores franceses.
Hitler mostrou seu desapontamento com o Panteão, deixando o local abruptamente. Do lado de fora, ele balançou a cabeça negativamente e comentou:
“Meu Deus, não merece seu nome, se você pensar no Panteão Romano com seu clássico interior, a iluminação única no enorme teto- combinando dignidade e solenidade. E aí, você olha para aquilo” – apontando – “mais sombrio do que no mais claro dia de verão.” Ao retornar ao seu carro, algumas mulheres o viram e chamando em voz alta: c´est lui – é ele.
Passando por Sorbonne e Cluny do Sena para a Ile de la Cite, dirigindo devagar sem parar, vimos a Notre Dame. Daí, começou uma conversa entre Hitler e Breker a respeito do nome e uso de uma construção. Hitler apontou para uma edifício com uma cúpula: “ Aquele não é o chamado Tribunal da Câmara do Comércio?” Breker disse não e como ele viveu muitos anos em Paris, ele tinha certeza. Quando chegamos mais perto, ficou óbvio que Hitler já havia reconhecido o edifício de uma distância pela sua forma e localidade. Debaixo de um frontão, podia se ler: Tribunal do Comércio.
Cruzando a Ponte D´Arcole sobre o Sena, nos dirigimo para a praça em frente do Hotel de Ville para a Rue de Rivoli e para a Praça Des Vosges. A rainha Maria de Médici ordenou o arranjo da praça, relembrando sua Florença. Por causa das densas linhas de árvores, a ideia do espaço original não é mais reconhecível. O modo como se apresentava a Praça Des Vosges não impressionou muito a Hitler. Depois uma rápida olhada sobre o que ele podia ainda reconhecer, continuamos o passeio.
A impressão que Hitler teve da Rue de Rivoli:
“Sua estrutura extensa e igual  é bem correta e eficaz, porque, do lado oposto, o Louvre e os adjacentes Jardins Tuilleries requerem esta forma quieta e uniforme. E para surpresa, há a ruptura da pequena praça com o monumento da Joana D´Arc.”
Fizemos uma volta e fomos pela Rue Castiglioni  para a praça Vendome, com sua famosa coluna magnificamente criada, depois a Rue de la Paix ao Teatro de Opera, com a vívida, embora um pouco teatral, fachada do Opera, agora à luz do sol. Hitler admirou aquelas conexões no planejamento da cidade. “Certamente,” ele me disse mais tarde, “ é muito decorativo, ostentamente rico, mas naturalmente correspondente ao gosto do estilo da época. Planejando nossa arquitetura, vamos almejar um classicismo de formas fortes e estritas, de acordo com nosso individualidade.O que eu tenho visto em Paris, me força a comparar com o desempenho da arquitetura alemã do mesmo período: Gilly, Schinkel, Klenze, Hansen e Semper, e Siccardsburg com sua Opera de Viena – Eu tenho a impressão de que eles suportam a comparação. Sem mencionar as grandes criações dos arquitetos barrocos, como Lukas Hildebrandt, Fischer von Erlach, Balthasar Neumann, Prandtauer e outros. O que os alemães falham é na continuidade e na persistência das suas metas arquitetônicas, mas isto é ainda reconhecível na Alemanha da Idade Média com os catedrais e domos das cidades, e as construções barrocas dos palácios reais.”

Aproximando-nos de Montmartre, Hitler olhou de leve para Sacre Couer. Do terraço elevado em frente da igreja, ele queria ver por cima a parte de Paris que ele já havia visitado, com suas ruas e praças. Ele queria ter a impressão do efeito dos prédios dentro dos espaços da cidade – como uma determinada ordem ganha controle sobre o emaranhado de prédios – como decisavamente os enormes edifícios criam uma forte ordenação dentro da sua escala estabelecida: a Notre Dame e o Arco do Triunfo, as grandes praças, os grandes eixos de avenidas, as avenidas Hausmann.

Adolf Hitler acreditava que até onde ele podia ver a concentração de Paris daquela vista, os monumentos e praças se destacavam apenas levemente da monotonia das residências e prédios comuns. A grande coesão do Louvre com o Etoile, a Ile de France com a Notre Dame, a correnteza do Sena com a Torre Eiffel é levemente mantida. Na verdade, apenas esta torre, idealizada e construída para uma Feira, mantém – a despeito da sua transparência filigrana vista dali – sua reputação. O que ele quer dizer é que a Torre justifica sua presença nesta cidade apenas pela tendência vertical deliberadamente planejada – um fato impressionante para aquela época. Naturalmente, para a cidade de Paris, significou uma novidade simbólica, uma cidade com profunda tradição histórica , desde os Romanos até as eras significativas dos reis, a revolução, o império, as construções da República após Napoleão III; são todos insignificantes , de nenhuma importância para a estrutura geral da cidade – com a exceção da Torre Eiffel.

Neste ponto, Giesler nos diz:

Adolf Hitler voltou-se até nós -  Speer, Breker e eu: “Para vocês, tempos difíceis: trabalho, pressão, a criação de cidades e monumentos que será colocada na confiança de vocês. O máximo que puder, e posso aguardar o tempo, irei aliviar o trabalho de vocês. Bormann vai me auxiliar. Cuidar de meus artistas e mantê-los longe de tudo que possa obstruir o trabalho deles.” E depois, disse para nós: “ Ponham tudo sobre os largos ombros de Bormann. Ele vai ajudar vocês.”

Retornando todos às suas hospedagens, Hitler tinha mais a dizer sobre a histórica Paris e sua arquitetura. Eis como Giesler reconta:

“Do mesmo modo que Roma, você pode ler as eras históricas por toda a cidade. Toda a época é manifestada em seus edifícios. Os restos da fundação de Roma que somente os arqueologistas e historiadores podem reconhecer. A Idade Média, contudo,  é representada poderosamente em Notre Dame, não somente a monumento do seu tempo, mas também da poderosa instituição – a Igreja. A época do poder mundial, dos reis e da nobreza, nós já passamos nesta manhã, o Louvre e o Palais. A Revolução- ela primeiro derrubou o sinal do odiado sistema, a Bastilha. Para o Império, para Napoleão I, o Arco do Triunfo o simboliza; para Napoleão III, a obra de Haussmann e, curiosamente, o Opera!
“E então nada mais? Ah, sim, algo decisivo – um genial engenheiro projeta a uma torre gigantesca. É bonita? Não importa, ela espelha sua época. A ocasião era significativa – primeiro a Feira Mundial, depois ela representa a Revolução. Cem anos depois de 1789, esta Torre indica um novo tempo – o tempo do desenvolvimento industrial. É um monumento de tecnologia, estabelece sua própria regra – tectônica desconhecida até aquela data, o aço na construção – e assim um novo método foi reconhecido. O que falta na torre é o classicismo - arte tão unicamente usada com as colunas dóricas. Iremos conversar mais sobre este fenômeno.”

Giesler relembra ter ficado fascinado pela análise de Hitler e a explicação da Torre Eiffel como um símbolo, não apenas para Paris, mas da nova era. Como fortemente, ele sentia que a história, homens e as instituições influenciavam a arte e a arquitetura e moldava as cidades. Trinta anos depois, a explicação permaneceu para Giesler, mas não a fascinação, que ele diz estar arraigada na presença do próprio  Hitler. Ele continua:

Adolf Hitler estava quieto por alguns instantes, antes de dizer com voz baixa: “No domo do des Invalides, eu realmente fiquei absorvido pelo sarcófago de Napoleão na cripta. Ficou estranhamente capturado pelo momento – tudo mais era insignificante para mim.”
Após alguns instantes, ele argumentou por que ele queria seu túmulo em Munique, por que eu deveria construir e de que maneira ele queria que fosse feito. Supreendeu-me, mas, como uma Nacional Socialista, o argumento fazia muito sentido. O fato de que ele tenha discutido isso no dia da vitória final na batalha da França, era certamente por ter visto o túmulo de Napoleão. Mas este pensamento sugeria que ele estava pensando sobre isso há um bom tempo.
Hitler novamente trouxe seus pensamentos para a situação atual e expressou seu longo desejo para um acordo de paz -  lembrando o final da destrutiva Guerra dos Trinta Anos e tratado de paz de Westfália assinado em Muenster (uma cidade no estado federal de Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha). Ele estaria comparando os últimos quase 30 anos turbulentos desde 1914, e esperando terminar do mesmo modo? Muito possivelmente, era isso que passava na sua cabeça.
Silenciosamente, subimos e descemos o caminho pela floresta. Daí, Hitler parou e disse com grande ênfase: “Eu quero paz – e vou fazer de tudo para ter a paz! Ainda não é tarde demais. Vou ao limite do possível até onde a dignidade e o sacifício da nação alemã o permita. Sei de coisas melhores que fazer a guerra. Eu simplesmente penso na perda de sangue alemão – os melhores sempre morrem, os bravos e aqueles que se sacrificam; o dever deles dever ser exemplo para a nação.
“Eu não preciso ter que fazer meu nome ao ficar buscando a guerra como Churchill. Gostaria de fazer meu nome sendo um servo para o povo alemão. Quero assegurar sua unidade e o Lebensraum (o espaço vital geográfico necessário para todo o povo alemão), para concluir o Nacional Socialismo e moldar o ambiente – adicionando a isso a reconstrução das cidades alemãs de acordo com o conhecimento moderno. Eu gostaria que o povo seja feliz aqui e orgulhoso da sua cidade, do lebensraum e da nação.”
Depois, ele disse que a paz deveria ser assinada em Muenster. “ Eu tenho minhas razões para isso – significaria uma paz histórica. Quando eu retornar a Munique, devo tomar os passos necessários para o início das reconstrução da cidade – um plano de longo prazo para um desenvolvimento abrangente da cidade. Isto naturalmente inclui em especial a  estação ferroviária central e as Autobahns – elas são os pré-requisitos para as demais obras da cidade. Dr. Todt receberá ordens para tornar disponível todo o aço necessário. Depois, repetiu novamente: “Eu quero a paz.” E mudou de assunto.
Na época de 8 de novembro, Hitler estava preocupado por causa de um estranho acontecimento. Eu o experimentei pessoalmente*. Ele se perguntou naquele momento se eram apenas conversas descuidadas e vazamento de informações militares, ou alta traição. Não, ele tinha certeza de que era alta traição, e essa alta traição se repetira: o prazo final, dia e hora do “Weseruebung”  ( nome código para a invasão alemão sobre Dinamarca e Noruega - nações neutras - durante a Segunda Guerra. Esta operação significava “Exercício de Weser”,  este um rio alemão, que foi planejada pelo general alemão von Falkenhorst, a pedido de Hitler), com a finalidade de assegurar o flanco Norte, havia sido transmitida aos governos da Dinamarca e Noruega. “ Não, ouçam, ele dizia, “também houve traição no começo da batalha da França, em 10 de Maio.” Fui avisado e queria pedir... “Sem perguntas, não falem sobre isso!”  

*Hitler recebeu a mensagem quando estava no escritório de Giesler que os planos militares para o ataque no Oeste tinham sido passados para o Aliados. Ele teve que mudar seus planos e adiar por duas vezes, para primavera de 1940. No livro Ein Anderer Hitler, Hermann Giesler, página 411: “Eu ordenei o ataque para meados de Novembro. Depois aquela misteriosa traição sobre a data do início do ataque.

Todos nos juntamos para o jantar tarde da noite no quartel. Terminara o 23 de Junho e começava o armistício. O som dos trompetes tocando Das Ganze halt (Suspendam todos) chegavam à noite de todas a diferentes distâncias. As janelas estavam abertas. Separado de nós, Hitler estava de pé sozinho, com as mãos entrelaçando os dedos. Ele olhava para a escuridão.  Quando, bem depois que as sinalizações pararam, ele voltou até nós, ele tinha lágrimas nos olhos. Calmamente, com seu típico movimento desprendido, disse adeus a nós. Ele levantou seu braço dobrado, com a palma da mão para cima, como uma saudação de amizade.

Quem não se sensibiliza pelo quadro revelador e pungente que emerge durante esta visita a Paris de um Adolf Hitler, cujo profundo conhecimento da história e o seu grande entendimento do papel da arte e da arquitetura nas vidas de pessoas e nações o leva naturalmente a preferir a paz do que a guerra? Eis um homem que queria construir e embelezar, não derrubar ou degradar, sempre com a fé em seu povo, o povo alemão, e sua preocupação com a Europa toda como sua motivação e inspiração. No final da decisiva vitória, ele queria fazer a paz, e construir uma Europa unida e não comunista. Acabou não sendo. A nova Europa foi , em vez disso, construida sobre as cinzas e o entulho da sua Alemanha, e ele condenado como sendo o destruidor, quando na verdade ele queria ser o grande construtor.

Fonte: Carolynyeager.net. Este artigo foi publicado no The Barnes Review em duas partes, como faço neste blog, nas edições de Nov/Dez 2008 e de Jan/Fev de 2009.

No próximo post, continuando com o mesmo livro, Ein Anderer Hitler, a primeira parte de Decisões Fatídicas, a invasão da Polônia e Rússia.  

sábado, 26 de novembro de 2011

Um outro Hitler , por Hermann Giesler

Ein Anderer Hitler (Um outro Hitler) , de Hermann Giesler

Breve Biografia de Hermann Giesler, compilada por Carolyn Yeager

Hermann Giesler nasceu em 1898 de uma família de arquitetos. Ele entrou como voluntário no Exército Alemão em 1915, tornando-se tenente e terminou a 1ª Guerra Mundial como piloto. Completou seus estudos de Arquitetura na Academia de Artes Aplicadas de Munique após a guerra.
Giesler ficou impressionado com Oswald Spengler, com quem se encontrou em 1919 em um simpósio na Prefeitura de Munique.. Em 1923, casou-se e teve dois filhos. No começo de 1930, trabalhou como arquiteto autônom o, ganhando vários prêmios. Ele entrou para para o Partido Nacional Socialista (NSDAP) bem antes de 1933.]
Em 1937, obteve a cadeira de Professor, recebeu a medalha de ouro e o Grand Prix pelos seus desenhos arquitetônicos  na Feira Mundial em Paris, e em 1938 foi designado para supervisionar todas as feiras da Alemanha na Feira Mundial de 1942 em Roma. Nesse ano, Adolf Hitler solicitou que ele fizesse uma reforma arquitetônica de Munique, assim como desenhar e construir sua residência particular em Obersalzberg.
Mais tarde, Giesler foi posto a cargo de planejar o projeto favorito de Hitler, a cidade de Linz. Ele trabalhou em um grande modelo para a área do Rio Danúbio, e em desenhos para o centro cultural, sobre o qual Hitler mostrou interesse especial.
Quando a guerra começou, ele foi promovido a Generalbaurat (uma espécie de Chefe Geral de Construções) e oferecido a tarefa de construção das obras relativas à guerra no Báltico (Lituânia/Letônia/Estônia). Em 1942-44 , ele foi o chefe da Organização Todt (OT), Grupo Norte e de 1944-45, chefe da OT Grupo VI (Bavária, Áustria Norte-Sul).
Giesler também escreveu sobre os atritos entre ele próprio e o outro arquiteto de Hitler, Albert Speer, durante 1940-42. Começou com o controle dos materiais, mão-de-obra e construção por parte de Speer e terminou com Speer trabalhando por trás de Giesler, na tentativa de tomar conta do projeto de Linz. Giesler chamou Speer de o  “César Bórgia do Século 20”.
Giesler tornou-se prisoneiro de guerra em 1945 e preso por dois anos em Landsberg, a mesma prisão em que Hitler ficou em 1924. Depois, foi processado como criminoso de guerra, recebendo pena perpétua de trabalhos forçados. Considerado suficientemente “desnazificado” em 1952, foi libertado, tendo depois aberto seu próprio negócio.
Publicou suas memórias sobre suas relações pessoais e de arquitetura com  Hitler em 1977, morrendo em 1987.
A seguir, a primeira parte do livro,  “Com Hitler em Paris”.

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Ein Anderer Hitler por Hermann Giesler: Paris
Com Adolf Hitler em Paris

Tradução e Comentários em Inglês por Carolyn Yeager e Wilhelm Mann do Livro Ein Anderer Hitler (Um outro Hitler) por Hermann Giesler, Druffel Verlag, Leoni am Starnberger See, 6ª edição, 1982.
Copyright 2008 Carolyn Yeager

Introdução dos Tradutores:
Por todo esses anos, desde 1939, historiadores e escritores de várias inclinações políticas – alguns com reputações e/ou pesquisas questionáveis – tem caracterizado Adolf Hitler com inúmeros pontos negativos: ignorante, instável, ostentoso, psicopata; sofredor de doenças que afetavam seu cérebro; pervertido sexual; um meio judeu que odiava a própria raça; um fracasso de vida tentando obter vingança de uma sociedade que o rejeitara. As sombrias caracterizações do Fuehrer por essas pessoas parecem não ter limites, equilíbrio ou decência.
Existiu um Hitler diferente? Poderemos encontrar eviedência crível que possa corrigir a propaganda desses pseudo historiadores? E qual prova bastaria para convencer o homem ou a mulher comum  de que o objetivo de Hitler não era a dominação ou escravização do mundo, e sim estabelecer justiça e honestidade para os alemães e contruir uma grande Alemanha dentro de uma Europa não unificada e anti-comunista?
Houve muitas pessoas que o conheceram e foram próximas a ele, alguns até diariamente – que escreveram livros dizendo uma história bem diferente. Nicolaus von Below,  secretário de Hitler na Luftwaffe de 1937 a 1945 (no livro At Hitler´s Side, Ao Lado de Hitler, 2001), escreveu que Hitler não era arrogante nem teimoso, mas poderia ser convencido a mudar de ideia se fossm oferecidos bons e claros argumentos.
Entre outros que estiveram com Hitler até o fim, e puderam viver para contar, foram Hans Bauer, seu piloto pessoal (I flew with the Mighty of the World, Eu voei com o Todo Poderoso do Mundo, 1957); Rochus Misch, seu guarda pessoal (The Last Witness, A Última Testemunha, 2008); duas das secretárias de Hitler: Christa Schroeder (He was my Chief, Ele foi meu Chefe, 1985) e Traudel Junge (Until the Final Hour, Até a Hora Final, 2002). Todos descrevem um Adolf Hitler que era atencioso, correto e mesmo um empregador bondoso, com personalidade calma e agradável, que raramente, se em alguma vez, levantava sua voz. Nenhuma destas testemunhas teria razão para mentir; na verdade, elas tinham toda a razão para dizer o contrário, pois todos têm sido acusados de dizer falsidades ou de estarem do lado contrário dos vigilantes da história politicamente correta.
Além destas fontes que falam do “Hitler o Empregador”, há um livro pouco conhecido, publicado em alemão em 1982 por Hermann Giesler, o amigo e confidente arquiteto de Adolf Hitler, que revela um homem que podemos chamar de “Hitler o Artista”. Como estudante de artes e arquitetura, Adolf Hitler tornou-se muito interessado no planejamento e construção de cidades. Um homem cujas ideias era abrangentes e construtivas, cujo conhecimento de arquitetura era vasto e gosto apurado.
Em seu livro fascinante, Ein Anderer Hitler, Giesler nos conta suas trocas de ideias pessoais com o Fuehrer, com relação a planos de arquitetura para as cidades de Grossdeutschland ( A Grande Alemanha) – Berlim, Munique e Linz - e com relação a visões pessoais sobre a psicologia de Hitler. Este artigo vai se limitar ao capítulo entitulado “Adolf Hitler em Paris” , um testemunho da famosa visita do Fuehrer a Paris na véspera do armistício da França com a Alemanha, depois da vitória alemã na Batalha da França.
Giesler inicia no momento em que foi parado pela polícia em 22 de junho de 1940, em seu caminho para uma área em construção perto de Viena, e depois em direção ao aeroporto desta cidade. Lá, ele embarcou em um avião Ju 52 para descer em uma pista no norte da França. Depois, um transporte o levou para o quartel-general de Adolf Hitler em Bruly de Peche, ao norte de Sedan (Foi em Sedan que foi travada em 1/09/1870 a Batalha de Sedan, durante a Guerra Franco-Prussiana, onde os alemães tiveram um vitória decisiva e capturaram Napoleão 3º e 1000.000 prisoneiros- Nota do Editor)
O armistício estava determinado para iniciar no dia seguinte, à meia-noite. Quandro frente a frente, Hitler não perdeu tempo em comentar com Giesler sobre sua vitória e seu desejo de ver Paris sem mais demora.

“Tudo bem, Giesler, naquele momento você não poderia ter sabido, mas eu tinha certeza da minha estratégia, os necessários detalhes táticos, e minha confiança no poder de fogo das forças alemãs. Com tudo isso, o cronograma planejado fluiu naturalmente. Eu me lembrei que durante o inverno, eu o tinha convidado para ir comigo a Paris; pedi a Breker e Speer que venham também. Com meus artistas, eu quero olhar Paris. Iremos voar logo cedo pela manhã.”

Arno Breker was o escultor preferido de Hitler, e Albert Speer, um de seus arquitetos de confiança. Naquela noite, Hitler, seu staff militar e ajudantes de campo, seus três artistas, fizeram um jantar simples em duas grandes mesas em uma choupana. Giesler explica:

Não houve qualquer atitude de menosprezo, qualquer vozes altas – apenas serena  dignidade. Os rostos daqueles líderes responsáveis ainda carregavam o estresse de semanas anteriores. Eu me considerei  indigno da glória de sentar junto a eles.

Eles voaram às 4 da manhã no avião do Fuehrer e pousaram no aeroporto de Le Bourget, ainda na escuridão, onde carros  já os aguardava. Speer, Breker e Giesler, juntamente com os oficial da SS, Schaub e o oficial de ordens, Coronel Speidel, entraram no carro com Hitler. Giesler escreve:

O carro do ex-adido militar em Paris seguia à frente de nós para nos guiar. Com os farois baixos, podíamos ver os contornos dos edifícios. Passamos por barricadas – os guardas saiam delas e nos saudavam; dá para ver que o armistício ainda não estava imperando. Adolf Hitler estava sentado na minha frente e eu relembrei a noite do último inverno, quando ele falou sobre Paris, sua confiança de que ele veria a cidade em breve. Agora seu desejo estava sendo realizado. Mas ele não chegou a Paris como Supremo Comandante da Wehrmacht (Nome do conjunto das Forças Armadas da Alemanha, englobando o Exército, Marinha, a Força Aérea (Luftwaffe) e as tropas especiais Waffer-SS – Nota do Editor) – ele chegou como o “Bauherr” (chefe de construção)  das cidades alemãs que ele já as visualizava com suas novas aparências. Ele veio para comparar as arquiteturas, para sentir a atmosfera da cidade na companhia de seus dois arquitetos e um escultor, mesmo sendo escoltado militarmente – soldados que certamente tinham ganho o privilégio de ver a capital da França com ele.

Giesler teve a impressão que o itinerário que tomaram havia sido cuidadosamente planejado. O primeiro lugar escolhido fora o Imperial Opera House (Teatro Imperial de Ópera), desenhado pelo arquiteto Garnier. Como Hitler queria ver a fachada à luz do sol, eles entraram logo em seu interior. Embora já houvesse um guia orientando, o próprio Hitler comandava o caminho, indicando os partes importantes do edifício.
Giesler diz:

Poderia ter sido que o contraste do ambiente simples do quarter-general de Hitler no pequeno vilarejo de Bruly com este magnífico panorama  do Império do passado, tenha aumentado a impressão que causou. Até aquele dia, eu somente tinha ouvido falar da fachada do Opera e fiquei surpreso de ver o conceito nítido da planta básica, e impressionado pelo arranjo das espaçosas salas: os salões de entrada, a generosa escadaria, os foyers e o esplêndido, reluzente sala de teatro dourada.  Nós estávamos de pé em um camarote no centro. Adolf Hitler estava fascinado – proporções excepcionalmente belas, maravilhosas, e que deleite!  Era um teatro com detalhe especial, indiferente ao seu esplendor da “Belle Epoque”  e com abundante estilo barroco. Hitler repetia em dizer que sua maior importância estava na suas belas proporções. “ Eu gostaria de ver a sala de recepções, o salão do presidente atrás do proscênio (Parte do palco adiante do cenário, junto à ribalta),” disse Hitler. Aconteceu um caminhar para lá e para cá. “De acordo com a planta de Garnier, ele deve estar por aqui.” O guia ficou a princípio desorientado, mas depois se lembrou de que após a reforma, a sala tinha sido removida. Hitler observou, “A república democrática não favorece seu presidente com sua própria sala de recepções.”

Caminhando pelos foyers, eles retornaram pela escadaria em direção à entrada frontal para uma primeira vista da famosa fachada sob a luz do sol.


 Nota do Editor: Esta é a primeiro excerto do capítulo “Com Hitler em Paris”. Continua nos próximo post.

Fonte: carolynyeager.net